O dólar operou em queda ante as moedas rivais na maior parte quarta-feira, em dia de apetite por risco diante do avanço da negociação por um pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos. A sessão de hoje foi marcada também por decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que sinalizou a possibilidade de mais estímulos monetários.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante outras seis moedas fortes, recuou 0,18%, a 90,311 pontos. No fim da tarde em Nova York, a moeda americana cedia a 103,45 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,2198 e a libra subia a US$ 1,3502. A divisa britânica foi favorecida pelo anúncio do acordo comercial entre Reino Unido e EUA para o período pós-Brexit, além das declarações do premiê Boris Johnson e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de que houve progresso nas tratativas por igual acordo comercial entre Reino Unidos e União Europeia (UE).
O dólar reagiu hoje à decisão de política monetária do Fed, que manteve a sua taxa de juro entre 0% e 0,25% e estendeu o programa de compra de ativos da entidade. Após o anúncio da instituição, a moeda americana até ganhou fôlego e virou para o positivo, impulsionada pela cautela de investidores. Esse movimento, porém, durou até o dirigente do Fed, Jerome Powell, recuperar o ânimo do mercado em entrevista coletiva após a decisão.
Segundo avalia o banco ING, em relatório enviado a clientes, a alta do dólar logo após a decisão do Fed se deu por conta do aumento dos rendimentos de títulos americanos. A tendência de queda da moeda americana, porém, deve se manter nos próximos meses, com a continuação de uma política acomodatícia do Fed para dar suporte à economia dos EUA, que passa por restrições à atividade devido à segunda onda de covid-19, diz o banco. O ING projeta que o dólar caia entre 5% e 10% no decorrer de 2021.
Ainda no cenário interno americano, as sinalizações de democratas e republicanos de que ambas as partes estão próximas de um acordo pelo pacote de estímulos fiscais nos EUA foram vistas com otimismo pelo mercado, pressionando ainda mais o dólar. Enquanto o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, afirmou que houve progresso nas tratativas, o líder da minoria na Casa, Chuck Schumer, disse esperar que um acordo seja fechado ainda nesta quarta.
Outro assunto que tem sido constantemente monitorado por investidores é a evolução do quadro de vacinação contra a covid-19 em todo o mundo. Hoje, o primeiro-ministro da França, Jean Castex, anunciou que o país pode iniciar a imunização de seus cidadãos já em dezembro. Já no Chile, o Instituto de Saúde Pública local autorizou o uso da vacina da Pfizer e da BioNTech.