A {{0|Bradesco Corretora}} e o BTG Pactual (SA:BPAC11) mantiveram nesta quinta-feira (19) suas recomendações de compra para as ações da Duratex (SA:DTEX3), com preços-alvo de R$ 16,00 e R$ 13,00 – nesta ordem. Em caso de materialização das estimativas, os papeis podem subir 28% e 4% – respectivamente.
O otimismo ocorre após o anúncio de venda de terras rurais, ativos florestais e parcerias rurais em São Paulo para as empresas Turvinho e Bracell. Além disso, a paralisação permanente da unidade de Botucatu, cujas operações estavam suspensas desde novembro de 2018, também é ressaltada pelas instituições financeiras.
Sobre a decisão de venda, Thiago Lofiego e Luiza Mussi, analistas da Bradesco Corretora, consideram positivas as mudanças, pois acreditam que ela está alinhada à estratégia de monetização de ativos florestais da companhia, permitindo a aceleração do processo de desalavancagem sem que o suprimento de madeira para a divisão de painéis seja afetado.
Produtividade em foco Quanto à parada da unidade de Botucatu, Lofiego e Mussi ressaltam que a decisão da Duratex diz respeito à estratégia de focar em operações com maior produtividade, o que não era o caso de Botucatu.
“A Duratex reconheceu que era realmente mais eficiente operar com quatro plantas (Itapetininga, Agudos, Taquari, Uberaba) em níveis de utilização de capacidade mais altos. Observamos que, para reiniciar Botucatu, seriam necessários trabalhos de modernização (potencialmente de 1,5 a 2 a serem concluídos)”, afirmam os analistas.
Jogada agressiva O BTG Pactual também está otimista com a companhia. Segundo Leonardo Correa, analista do banco, as duas operações afetarão positivamente o lucro líquido em R$ 230 milhões e seu posição de caixa em R$ 450 milhões no trimestre.
“Nós recebemos bem o comunicado, uma vez que a divisão de painéis de madeira da Duratex vem operando abaixo da capacidade produtiva, em 70%, e os ativos florestais teriam pouco uso sem a planta de Botucatu”, explica Correa. “Na nossa visão, isso é mais uma jogada agressiva da administração, o que certamente pode ser visto como positivo para a ação no longo prazo”.
Longo prazo Mesmo sustentando a recomendação de compra, Correa diz que a recuperação de ganhos da companhia em 2019 até agora tem desapontado.
“Isso não é uma história barata baseada em múltiplos a curto prazo, mas sobre o potencial do retorno sobre ação a longo prazo”, diz o analista.