SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante de louças, componentes metálicos e painéis de madeira Duratex (SA:DTEX3) anunciou nesta segunda-feira que fechou acordo para venda de terras e florestas na região central do Estado de São Paulo para a produtora de papel e celulose Suzano (SA:SUZB3), operação que pode movimentar mais de 1,06 bilhão de reais.
Além disso, o acordo pode permitir à Suzano decidir pela expansão de sua capacidade de produção de celulose no Estado de São Paulo, afirmou a companhia.
A primeira etapa do acordo envolve a venda de 9,5 mil hectares por 308,1 milhões de reais. Essa etapa deverá resultar no reconhecimento de lucro extraordinário da ordem de 140 milhões de reais pela Duratex. O valor inclui 1,2 milhão de metros cúbicos de florestas.
Além disso, a Suzano terá a opção de comprar um outro lote de cerca de 20 mil hectares até 2 de julho deste ano, por 749,4 milhões de reais. Nesse caso, o volume de florestas é de 5,6 milhões de metros cúbicos. Se a compradora exercer essa opção, a Duratex terá mais um lucro extraordinário de 360 milhões de reais.
A Suzano afirmou que já possui na região central do Estado de São Paulo 61 mil hectares e que a operação com a Duratex "gera otimização de sua base, com redução do raio médio para a unidade industrial de Limeira, além de gerar à Suzano a opção de um potencial projeto de expansão de produção de celulose no Estado de São Paulo".
A opção de ampliar produção de celulose em São Paulo vem em um momento em que o preço da matéria-prima do papel segue em elevação, com rivais como Fibria (SA:FIBR3) ampliando produção com a entrada em operação de novas unidades industriais.
A fábrica da Suzano em Limeira tem capacidade para produção 360 mil toneladas de celulose. A empresa tem outra fábrica de celulose em Suzano com capacidade para 95 mil toneladas. Além destas, a empresa tem mais 1,4 milhão de toneladas de capacidade em Mucuri (BA) e 1,65 milhão em Imperatriz (MA).
Em novembro passado, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou que até o primeiro trimestre deste ano a companhia decidiria se investirá em nova capacidade de produção de celulose. Na ocasião, o executivo não mencionou onde essa capacidade adicional poderia ser alocada.
(Por Aluísio Alves e Alberto Alerigi Jr.)