(Reuters) - A EDP Brasil (BVMF:ENBR3), da portuguesa EDP, fará uma baixa contábil de 1,2 bilhão de reais relacionada à sua usina termelétrica de Pecém após uma reavaliação do ativo diante do cancelamento de leilão de reserva de capacidade previsto para 2022, no qual a companhia planejava renovar contratos do empreendimento.
"Diante do cancelamento do leilão e, consequentemente, da perda da janela mais adequada para a renovação dos contratos de Pecém, a companhia reconheceu, neste momento, a imparidade", disse a EDP, em comunicado ao mercado nesta quinta-feira.
"Apesar deste fato, a EDP ressalta que não haverá impactos em sua geração de caixa prevista até julho de 2027, no pagamento das dívidas ou obrigações financeiras, no atendimento da política de dividendos."
A empresa destacou ainda que 2022 foi o primeiro ano em que a usina poderia participar desse leilão e que, por isso, considerou estas premissas no teste de imparidade.
"Vários cenários foram analisados, dentre os quais a probabilidade de haver ou não novos leilões e seus respectivos impactos", disse a EDP.
Localizada no Ceará, a usina tem capacidade instalada de 720 MW e dá suporte ao sistema elétrico do Nordeste através de contratos de disponibilidade, a qual atingiu 98% em 2022, o maior índice desde a sua entrada em operação.
Adicionalmente, o Ebitda nos primeiros nove meses de 2022 atingiu 446 milhões de reais, indicadores estes que refletem o ótimo desempenho operacional e financeiro de Pecém, segundo a companhia.
A EDP frisou que continuará trabalhando ativamente para que novas oportunidades sejam criadas para a renovação dos contratos de Pecém, a fim de que a usina possa continuar a atuar em prol da segurança do sistema elétrico brasileiro e de seus consumidores.
(Por Marta Nogueira no Rio de Janeiro, e Letícia Fucuchima em São Paulo)