Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A oferta de privatização da Eletrobras (SA:ELET3) movimentou 33,68 bilhões de reais nesta quinta-feira, disseram duas fontes com conhecimento do assunto, configurando-se como a segunda maior do mundo este ano.
A companhia precificou sua oferta a 42 reais por ação, segundo as pessoas que falaram na condição de anonimato, um desconto de 1,17% para o preço de fechamento de quinta-feira.
A demanda foi forte, de quase 70 bilhões de reais, com a participação de investidores que incluíram fundos de pensão, investidores estatais, fundos de hedge e investidores de varejo, de acordo com uma terceira fonte com conhecimento do assunto.
O interesse pela oferta permitiu a venda de um lote adicional.
A Eletrobras vai captar 30,75 bilhões de reais e o BNDES, que vendeu sua participação, levantou 2,93 bilhões de reais.
Essa é a maior oferta de ações em 12 anos no Brasil, desde a capitalização da Petrobras (SA:PETR4) em 2010.
A participação do governo na elétrica deve cair de 72% a cerca de 45%.
O investidor estatal de Cingapura GIC, o canadense CPPIB e a gestora brasileira 3G Radar devem se tornar os maiores acionistas da Eletrobras, segundo fontes.
A privatização da maior elétrica da América Latina é vista como crucial para o presidente Jair Bolsonaro, que até agora entregou poucas vendas de ativos estatais, em relação ao que prometeu antes de tomar posse.
A transação ocorre poucos meses antes de Bolsonaro enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier; reportagem adicional de Peter Frontini e Tatiana Bautzer)