Investing.com - Na reta final da manhã desta segunda-feira, as ações da Eletrobras (SA:ELET3) operam com nova valorização de 2,08% a 13,76, após o governo e estatal conseguirem ontem cassar a liminar da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro que impedia a privatização da companhia e de suas distribuidoras.
Nem mesmo a greve de 72 horas iniciada ontem, e suspensa até dia 25 de junho, pelos funcionários da Eletrobras afeta o desempenho da ação, que vem de uma sequência de perdas expressivas com a possibilidade cada vez mais remota da venda da estatal ainda neste ano. Entre as exigências está a saída do presidente Wilson Ferreira Júnior.
A liminar havia sido concedida em meio a uma ação civil pública movida por sindicatos de trabalhadores contrários à desestatização. Ela obrigava a Eletrobras a apresentar em até 90 dias estudos sobre o impacto da privatização em contratos de trabalho na companhia.
A AGU e a Eletrobras argumentaram que a decisão colocava em risco o abastecimento de energia nos Estados atendidos pelas distribuidoras da estatal, atuantes no Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima e Piauí.
Os advogados do governo afirmaram ainda que, se a privatização das empresas não acontecer até 31 de julho, a Eletrobras será obrigada a liquidar as empresas, "o que será muito mais prejudicial aos empregados", que teriam que ser desligados.
Segundo a AGU, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, Fernando Antonio Zorzenon, levantou dúvidas sobre a competência da 49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro para analisar o caso, uma vez que as distribuidoras operam em outros Estados.
O desembargador também assinalou que entende como prematura a alegação dos sindicatos sobre riscos aos direitos trabalhistas, dado que os editais de privatização, que irão disciplinar como ficam os contratos de trabalho, não foram publicados até o momento.
Ele também defendeu que a legislação já prevê preservação de direitos dos empregados no caso de transferência de controle em empresas, de acordo com a AGU.
Com Reuters.