SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante brasileira de aviões Embraer (SA:EMBR3) prevê que 720 novos jatos de 70 a 130 assentos sejam entregues na América Latina nos próximos 20 anos, ou 11 por cento da demanda mundial para o segmento no período, devido a uma maior integração regional e investimentos em infraestrutura.
A frota de aeronaves de 70 a 130 assentos em serviço atualmente na região é de 310 unidades. Até 2034, a frota crescerá para 740 unidades, disse a Embraer em comunicado. Além da expansão de frota, os novos aviões serão destinados à substituição de aeronaves antigas.
"Apesar das adversidades atuais, que decorrem principalmente da instabilidade política e econômica da região, as perspectivas de crescimento a médio e longo prazo permanecem positivas nos próximos anos", avaliou a companhia, acrescentando que espera uma recuperação econômica que resultará em integração regional mais profunda, aumentando a demanda por viagens aéreas.
Apenas no Brasil, a demanda por voos recuou 3 por cento em fevereiro ante o mesmo mês do ano passado, sétima baixa consecutiva, de acordo com dados da Abear, entidade que representa as companhias aéreas no país.
Contudo, a Embraer citou que o crescimento da procura por transporte aéreo na América Latina tem sido de cerca de 7 por cento ao ano, acima da média mundial de cerca de 5 por cento.
Outros catalisadores da demanda por aviões devem ser o crescimento da classe média da região, novos investimentos em infraestrutura de aviação e a necessidade de serviço aéreo eficiente para novos mercados de baixa e média densidade.
A Embraer é líder global no segmento de jatos de até 130 assentos na América Latina, com fatia de mercado de 70 por cento.
No fim de fevereiro, a empresa apresentou oficialmente a primeira aeronave da segunda geração da família de aviões comerciais E-Jets, o E190-E2, que entrará em serviço no primeiro semestre de 2018. O E190-E2 tem capacidade para até 106 lugares e possui maior eficiência de consumo de combustível.
(Por Priscila Jordão)