BRASÍLIA (Reuters) - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não descartou nesta quarta-feira a possibilidade de racionamento de água no Estado caso a seca se prolongue, mas disse que neste momento essa medida ainda não é necessária.
Pezão afirmou ainda, após participar de reunião em Brasília com a presidente Dilma Rousseff, que a prioridade do Estado será o consumo humano e não empresarial.
"Nesse momento a gente não quer tomar nenhuma dessas medidas (racionamento ou sobretaxa para quem aumentar o consumo de água) porque ainda não é necessário", disse a jornalistas ao sair da reunião com a presidente.
"Mas nada está afastado se essa seca se prolongar... Se não chover o suficiente, nós vamos tomar outras medidas", disse, sem dar detalhes.
Segundo Pezão, a previsão do governo federal é que o período seco irá se prolongar. O governador disse que Dilma pediu que o Estado aprofunde os estudos para captação de água de reuso e por dessalinização.
Pezão disse ainda que o governo local fará uma reunião na quinta-feira com as empresas sediadas no Estado para que acelerem seus estudos de captação de água de outras fontes.
"O que a gente está fazendo é um grande chamamento às empresas, as empresas a gente vem alertando, tem empresa que foi alertada em 2003", disse.
"Não queremos prejuízo de ninguém. Agora, se alguém for penalizado vão ser as empresas primeiro e não o abastecimento humano, que dá para a gente garantir por um bom tempo ainda", argumentou.
A Região Sudeste do país enfrenta uma escassez de chuvas, com níveis abaixo da média histórica e temperaturas altas desde o ano passado.
Na semana passada, o reservatório de Paraibuna, uma das quatro represas do rio Paraíba do Sul que abastecem com água a região metropolitana do Rio de Janeiro, esgotou seu volume útil, enquanto os outros reservatórios do rio estavam em níveis próximos do esgotamento.
Em São Paulo, que enfrenta uma crise hídrica grave, o racionamento para a região metropolitana poderá ocorrer, no pior cenário, por cinco dias na semana e sendo retomado nos outros dois, segundo o diretor da companhia de água do Estado, a Sabesp, Paulo Massato.
Mais cedo, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), também se reuniu com a presidente e disse que caso os consumidores não consigam reduzir o uso de água em pelo menos 30 por cento em relação ao ano passado, o Estado terá que adotar um rodízio e até mesmo um racionamento de água.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)