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Energisa mira privatizações e expansão em geração, dizem executivos

Publicado 14.05.2021, 17:30
© Reuters. Linhas de transmissão de energia elétrica no Brasil
REUTERS/Ueslei Marcelino
ENGI4
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SÃO PAULO (Reuters) -A elétrica Energisa (SA:ENGI4) vai avaliar oportunidades de expansão que serão geradas por privatizações de ativos de energia nos próximos meses, em meio a uma intenção de seguir crescendo no setor de transmissão e voltar a ter presença maior em geração, disseram executivos do grupo nesta sexta-feira.

Entre negócios no radar da companhia, que opera onze concessionárias de distribuição pelo país, está a venda de operações da estatal gaúcha CEEE, prevista para ocorrer ainda este ano.

O presidente da Energisa, Ricardo Botelho, disse que tem avaliado "com muito carinho" possíveis operações na área de transmissão, incluindo o braço da CEEE no setor, a CEEE-T.

"É um ativo interessante a CEEE-T, e também vamos olhar a parte de geração (da estatal)", afirmou, durante teleconferência com investidores sobre resultados do primeiro trimestre.

De outro lado, a companhia tem buscado viabilizar projetos eólicos e solares que poderiam representar um investimento total de 1,2 bilhão de reais, acrescentou ele.

A Energisa chegou a disputar leilões de energia realizados pelo governo com esses empreendimentos, mas não saiu vitoriosa, a agora avalia tentar tocar os negócios com a venda da produção futura no mercado livre de eletricidade.

O diretor financeiro, Mauricio Botelho, disse que a empresa está "redesenhando" sua estratégia nesse sentido, provavelmente aproveitando sua unidade de comercialização de energia para tentar fechar as vendas.

"Acredito que essa combinação, junto com a comercializadora, possibilite... sermos mais agressivos aí nesse segmento."

Ele disse ainda que o retorno ao setor de geração, no qual a Energisa já investiu em ocasiões anteriores, mas depois vendeu os ativos, seria interessante por possibilitar "diversificação" para a companhia.

Por outro lado, os executivos disseram que a Energisa não deve entrar na disputa pela privatização da distribuidora de energia CEA, do Amapá, que o governo federal busca viabilizar, mas ainda não tem data definida.

"A gente sempre analisa tudo....(mas a CEA) obviamente é um ativo bem complexo, pequeno. Tem lá seus problemas. Ele tem, vamos dizer, talvez menos apelo assim para a gente", afirmou o diretor financeiro.

COMMODITIES

Os executivos também comentaram que a Energisa tem visto elevações de preços de diversos produtos necessários a suas operações devido ao atual momento de alta nas cotações das commodities no mercado internacional, o que tem feito a empresa até segurar algumas compras.

"Uma das preocupações que nós temos aqui no momento é exatamente esse aumento das commodities em geral, isso pode influenciar bastante aqui o custo de materiais e acaba tendo alguma influência em serviços", afirmou o CFO, Mauricio Botelho.

"Estamos experimentando aqui alguns incrementos de custos unitários, que influenciam até o Capex (investimento), até postergamos algumas compras para ver se os preços se acomodam um pouco".

A afirmação veio após pergunta de analista sobre se uma redução de 7% nos custos com pessoal, material e serviços (PMSO) registrado pela companhia entre janeiro e março poderia ser vista como uma tendência para o ano de 2021.

"Fica difícil a gente dar um guidance nesse momento, que está muito volátil."

© Reuters. Linhas de transmissão de energia elétrica no Brasil
REUTERS/Ueslei Marcelino

Ao final da teleconferência, no entanto, o executivo acrescentou que um aumento de preços das commodities pode também gerar efeito positivo para a companhia, que atua em áreas geográficas importantes para o agronegócio.

"Um super ciclo de commodities pode, sim, influenciar regiões em que a Energisa atua, principalmente na região Norte e região Centro-Oeste", afirmou.

(Por Luciano Costa; edição de Nayara Figueiredo)

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