RIO DE JANEIRO (Reuters) - A elétrica Eneva (SA:ENEV3) ofereceu ao governo do Amazonas a disponibilização de 16 carretas originalmente projetadas para transportar Gás Natural Liquefeito (GNL), que poderiam ser usadas para carregar oxigênio hospitalar, como forma de ajudar na crise na área de saúde que castiga o Estado em meio ao avanço do coronavírus, informou a companhia em comunicado à imprensa.
Manaus, capital do Amazonas, enfrenta o momento mais crítico de saúde pública desde o início da pandemia, de acordo com autoridades estaduais, e a elevação da demanda por oxigênio causada pelo aumento de casos da doença fez com que o produto faltasse, gerando uma situação dramática nos hospitais.
A diretoria da Eneva, que atua nas regiões Norte e Nordeste, entrou em contato com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para oferecer auxílio, segundo a companhia.
A oferta das carretas foi feita através de uma carta enviada nesta sexta-feira às autoridades. A Eneva disse que poderia fornecer o apoio em conjunto com fornecedores e parceiros.
A Eneva é responsável pelo projeto integrado Azulão-Jaguatirica II, que vai produzir gás natural na Bacia do Amazonas, em Silves (AM), para abastecer a usina termelétrica Jaguatirica II, em Boa Vista (RR).
Com investimento de 1,8 bilhão de reais, o projeto vai atender 70% do consumo de energia elétrica de Roraima.
A usina foi viabilizada pela Eneva em um leilão do governo federal para suprimento ao Estado na região Norte, que visou permitir o desligamento de térmicas locais a diesel, com consequente redução de custos de geração e de emissões.
O diretor financeiro da Eneva, Marcelo Habibe, disse à Reuters em dezembro que o projeto Jaguatirica deve iniciar operação por volta de setembro de 2021, impulsionando o resultado da companhia na reta final do ano.
(Por Marta Nogueira)