SÃO PAULO (Reuters) - A Equatorial Energia (SA:EQTL3) vê uma melhoria recente no retorno para investimentos em geração no Brasil, o que faz com que a companhia comece a analisar a possibilidade de participar de leilões ou aquisições no setor, disse nesta quarta-feira o diretor financeiro da companhia, Eduardo Haiama.
"Até recentemente (os investimentos na área) estavam com retornos aquém do que gostaríamos... agora, aparentemente, essa dinâmica mudou e você está começando a ver retornos bem atraentes. Por isso vou dizer que teríamos, sim, interesse em ver se faz sentido entrar (em eventuais oportunidades)", disse Haiama em teleconferência, ao ser questionado por um analista.
Ele não entrou em detalhes durante evento para comentar os resultados do terceiro trimestre. Mas é fato que os preços teto dos leilões de geração têm sido mais elevados para atrair investidores.
O diretor, inclusive, elogiou a atratividade de leilões como o que o governo federal promoverá em 25 de novembro, no qual serão oferecidas as concessões de hidrelétricas já em operação, com a cobrança de bônus de outorga junto aos vencedores, que irá para o caixa da União.
"Casos como esse leilão, por exemplo... tem ativos que não têm risco de construção... diria que os retornos que estão aparecendo começam a chamar nossa atenção e podemos, sim, participar de algum processo de forma oportuna", disse Haiama.
O executivo destacou que investimentos em geração sempre estiveram no radar da Equatorial e poderiam acontecer por meio da formação de consórcio com outros investidores, mas não adiantou se a companhia já mira o leilão deste mês.
EXPANSÃO EM DISTRIBUIÇÃO
O executivo também reafirmou que a Equatorial, que controla as distribuidoras Cemar e Celpa, em Maranhão e Pará, tem interesse na compra da distribuidora de energia Celg, de Goiás, que a Eletrobras (SA:ELET3) pretende privatizar ainda neste ano.
"A gente vai para cima", disse Haiama, ao ser questionado por analistas sobre a participação da Equatorial em um leilão de venda da Celg.
"Continuamos olhando intensamente qualquer processo (de aquisição) que possa vir para a rua, e a Celg não vai ser diferente... vamos buscar (entrar na disputa) se o cronograma for de leilão em dezembro, e se for postergado por qualquer motivo vamos continuar com interesse, analisando", ressaltou Haiama.
Pela experiência na compra e recuperação de distribuidoras de energia ineficientes e com problemas financeiros --caso dos investimentos na Cemar e na Celpa-- a Equatorial é vista como uma das maiores interessadas na Celg.
(Por Luciano Costa; edição de Roberto Samora)