Por Gabriella Borter e Steve Gorman
(Reuters) - Autoridades de saúde do Estado de Washington relataram a primeira morte de paciente por coronavírus nos Estados Unidos neste sábado, de acordo com um comunicado à imprensa, enquanto autoridades de saúde federais e locais lutam para conter a doença que se espalha rapidamente.
As autoridades de saúde do Condado de King disseram que forneceriam, às 18h (de Brasília), uma atualização sobre o paciente que morreu, o qual estava entre um dos novos casos da doença no Estado.
"As autoridades de saúde fornecerão as atualizações mais recentes sobre novos casos de coronavírus no Condado de King, incluindo novas pessoas identificadas com a infecção, uma das quais morreu", informou o comunicado.
A notícia da primeira morte por coronavírus nos Estados Unidos encerrou uma semana de agitação no mercado de ações e crescente preocupação entre autoridades estaduais e federais de saúde sobre a propagação da doença, que já infectou mais de 60 pessoas nos EUA e se espalhou por 46 países.
A maioria dos casos nos EUA ocorreu em viajantes da China, onde o vírus se originou.
Mas as autoridades de saúde pública também identificaram quatro casos "suspeitos" de coronavírus que se acredita terem surgido da transmissão comunitária da infecção, sinalizando um momento decisivo nas estratégias necessárias para conter a doença nos Estados Unidos.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA emitiu um comunicado na noite de sexta-feira citando três casos de origem desconhecida, recentemente diagnosticados pelas autoridades estaduais de saúde pública --um na Califórnia, Oregon e Washington.
Se confirmado pelo CDC, juntamente com um caso semelhante de origem desconhecida anunciado na quarta-feira na Califórnia, isso traria para quatro o número de indivíduos diagnosticados nos Estados Unidos sem histórico de viagens para um país onde o vírus está circulando e sem contato próximo com uma pessoa infectada.
Tomados em conjunto, os quatro casos são um sinal de que o vírus agora está se espalhando em pelo menos quatro locais separados na costa oeste dos EUA, abrangendo quase 1.448km, da região do Vale do Silício na Califórnia, no Condado de Santa Clara, ao norte, até a enseada de Puget Sound, perto de Seattle.
As autoridades de saúde dos EUA dizem que isso significa que a doença respiratória que infectou quase 80 mil pessoas e matou mais de 2.800 na China não é mais um fenômeno importado, mas passou a residir nos Estados Unidos.
"O que sabemos agora é que o vírus está aqui, presente em algum nível, mas ainda não sabemos até que ponto", disse a dra. Sara Cody, diretora de saúde pública do Condado de Santa Clara, falando do caso recentemente diagnosticado por lá, o último de três em seu condado e o décimo detectado na Califórnia.
"Este caso nos sinaliza que agora é hora de mudar a forma como reagimos", disse ela em entrevista coletiva na sexta-feira.
A mídia local informou que a doença de dois dos pacientes --um funcionário da escola em Oregon e um estudante do ensino fundamental em Washington-- já levou ao fechamento temporário de suas respectivas escolas.
Os três pacientes mais recentes --e um quarto novo caso relacionado a viagens no Estado de Washington-- foram diagnosticados com base nos resultados obtidos em seus respectivos Estados a partir de kits de teste fornecidos pelo CDC e são considerados casos "supostos positivos" até o teste confirmatório do CDC.
Mesmo com a confirmação ainda pendente por lá, as autoridades locais já estão trabalhando para rastrear contatos próximos que os pacientes mantiveram com outros, na tentativa de conter a transmissão.