Estados bálticos migram para rede elétrica europeia e encerram laços com a Rússia

Publicado 09.02.2025, 14:38
Atualizado 09.02.2025, 14:40
© Reuters. Cabos de transmissão de energia, em Rezekne, na Letônian08/02/2025nREUTERS/Ints Kalnins

Por Andrius Sytas e Janis Laizans

VILNIUS (Reuters) - Os Estados bálticos da Estônia, Letônia e Lituânia completaram neste domingo sua migração da rede elétrica da Rússia para o sistema da União Europeia, rompendo laços da era soviética em busca de maior segurança após a suspeita de sabotagem de vários cabos e gasodutos submarinos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou a mudança, planejada há anos, como marco de uma nova era de liberdade para a região, em um discurso durante cerimônia em Vilnius ao lado dos líderes dos três países e do presidente da Polônia.

"Essas cadeias de linhas de energia ligando vocês a vizinhos hostis serão coisa do passado", disse von der Leyen.

Debatida por muitos anos, a complexa mudança de rede ganhou impulso após a anexação da Crimeia por Moscou em 2014 e sua invasão da Ucrânia em 2022.

A migração foi projetada para integrar os três países bálticos mais estreitamente com a UE e aumentar a segurança energética da região.

"Isso é liberdade, liberdade de ameaças, liberdade de chantagem", disse von der Leyen, acrescentando que o continente europeu está se libertando do uso do gás natural russo.

Após se desconectarem no sábado da rede IPS/UPS, estabelecida pela União Soviética nos anos 1950 e agora administrada pela Rússia, os países cortaram linhas de transmissão transfronteiriças no leste da Letônia, a cerca de 100 metros da fronteira russa, distribuindo pedaços do fio cortado a espectadores como lembrança.

 

ALERTA MÁXIMO

A região do Mar Báltico está em alerta máximo após interrupções de cabos de energia, telecomunicações e gasodutos entre os países bálticos e a Suécia ou Finlândia. Todos foram supostamente causados por navios arrastando âncoras ao longo do fundo do mar após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A Rússia negou qualquer envolvimento.

A Polônia e os países bálticos enviaram ativos navais, unidades policiais de elite e helicópteros para monitorar a área após uma conexão de energia submarina da Finlândia para a Estônia ter sido danificada em dezembro, enquanto o Exército da Lituânia iniciou exercícios para proteger a conexão terrestre com a Polônia.

Analistas dizem que qualquer dano adicional às conexões pode elevar os preços de energia nos países bálticos a níveis não vistos desde a invasão da Ucrânia, quando os preços de energia dispararam.

A rede IPS/UPS era o último elo remanescente com a Rússia para os três países, que ressurgiram como países independentes no início dos anos 1990 com a queda da União Soviética, e se juntaram à UE e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em 2004.

Os três ferrenhos apoiadores de Kiev pararam as compras de energia da Rússia após a invasão da Ucrânia por Moscou, mas dependiam da rede russa para controlar frequências e estabilizar redes para evitar apagões.

Analistas dizem que manter um fornecimento constante de energia requer uma frequência de rede estável, que pode ser obtida mais facilmente ao longo do tempo em uma grande área sincronizada como a Rússia ou a Europa continental, em comparação com o que os países bálticos podem fazer por conta própria.

Para a Rússia, o desacoplamento significa que seu exclave de Kaliningrado, localizado entre a Lituânia, Polônia e o Mar Báltico, está desconectado da rede principal da Rússia, deixando-o isolado para manter seu sistema de energia.

O Kremlin disse que tem tomado todas as medidas necessárias para garantir operação ininterrupta e confiável em seu sistema elétrico, incluindo a construção de várias usinas de energia a gás em Kaliningrado.

(Por Andrius Sytas e Janis Laizans em Vílnius)

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