Investing.com - A saída expressiva de investidores estrangeiros foi uma das características do mercado secundário do segmento Bovespa da B3 no ano passado, batendo recorde. No acumulado do ano passado, as retiradas superaram as entradas em R$ 44,5 bilhões, o que leva ao pior resultado da série histórica, que começou a ser apurada em 1994.
O resultado é tão expressivo que, de acordo com levantamento do Valor Econômico, supera até mesmo as retiradas de 2008, época da crise global, quando os estrangeiros retiraram um total de R$ 24,6 bilhões no mercado local de ações.
Assim, no decorrer de 2019, os negócios com ações já listadas acabaram ofuscando os recursos que entraram por meio de novos papéis. Os números mostram que no segmento primário, que considera os IPOs e follow-ons, o aporte foi de R$ 36,05 bilhões em recursos do exterior.
Assim, o fluxo externo total na bolsa (primário e secundário) ficou negativo em R$ 8,49 bilhões, fazendo com seja a maior saída desde 2008 quando o déficit foi de R$ 8,56 bilhões.
Os números de ofertas iniciais e informou que os dados de ofertas subsequentes ainda podem ser ajustados.
Investidor local
Se por um lado os estrangeiros procuraram investimentos com menor risco, os brasileiros foram responsáveis por elevar o Ibovespa a novos patamares. O índice terminou o ano com valorização de 31,6%, um dos melhores resultados dos últimos dez anos. Além disso, 2019 marcou o quarto ano consecutivo de retorno positivo
Ao somar os mercados primário e secundário, 2019 foi o segundo ano consecutivo de retirada de recursos externos. Em 2018, o saldo ficou negativo em R$ 5,69 bilhões.
Dezembro
A jornada da última segunda-feira (30) foi marcada, mais uma vez, pela forte retirada dos investidores estrangeiros no segmento Bovespa da B3, no mercado à vista. As compras totalizaram R$ 6,393 bilhões e as vendas R$ 7,406 bilhões, levando a um saldo negativo ao final do dia de R$ 1,013 bilhão. No total de dezembro, o total agora é de R$ 5,261 bilhões negativos.
Entre os investimentos institucionais, a segunda-feira foi levemente negativa para o segmento. As aquisições foram de R$ 5,262 bilhões e as alienações de R$ 4,660 bilhões, levando a um resultado de R$ 602,232 milhões. Desta forma, o saldo do mês foi de R$ 8,002 bilhões.
Já entre as pessoas físicas, o dia 30 foi marcado por um aumento da posição comprada em R$ 360,229 milhões, o que reduziu o saldo negativo do mês para R$ 1,723 bilhão. A diferença foi resultado de entradas de R$ 2,975 bilhões e saídas de R$ 2,614 bilhões.