WASHINGTON (Reuters) - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump criticou o general indicado por ele ao posto mais alto das Forças Armadas do país após acusações em um novo livro de que os líderes militares estavam profundamente preocupados com um possível golpe depois das eleições de novembro e teriam chegado a discutir um plano para renunciar.
De acordo com trechos obtidos pela CNN de um livro ainda não lançado, "I Alone Can Fix It", escrito por dois jornalistas do Washington Post, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Mark Milley, e outros líderes militares norte-americanos de alta patente avaliaram renunciar caso recebessem ordens consideradas ilegais ou perigosas.
"Eu nunca ameacei, ou falei, para ninguém, sobre um golpe do nosso governo (...) Se eu fosse fazer um golpe, uma das últimas pessoas que eu gostaria de ter comigo é o general Mark Milley", disse Trump em uma nota.
Autoridades dos EUA, que falaram sob condição de anonimato, haviam admitido em particular preocupações com a possibilidade de Trump tentar envolver os militares para reprimir dissidências, enquanto cresciam os temores de um potencial uso indevido da lei de insurreição pelo ex-presidente.
Uma eventual renúncia organizada pelos chefes militares não havia sido reportada anteriormente.
A Reuters não conseguiu confirmar de maneira independente a reportagem do Post e o gabinete de Milley não respondeu imediatamente a um pedido por comentários.
A editora do livro se recusou a providenciar trechos e não confirmou nem negou a veracidade da reportagem na CNN.
(Reportagem de Idrees Ali e Phil Stewart)