Por Nidal al-Mughrabi e Jeffrey Heller
GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Israel matou um comandante do Hamas e prometeu nesta quarta-feira não afrouxar sua artilharia em Gaza, enquanto militantes palestinos lançavam foguetes na fronteira e Washington despachava um enviado para tentar acalmar as hostilidades mais intensas em anos.
Pelo menos 65 pessoas foram mortas em Gaza desde a escalada da violência na segunda-feira, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave. Seis pessoas foram mortas em Israel, disseram autoridades médicas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o comandante da brigada da Cidade de Gaza e 15 outros membros do grupo militante islâmico foram mortos em ataques aéreos.
"Este é apenas o começo. Vamos atingí-los como nunca sonharam ser possível", disse ele.
Após o anúncio, mais salvas de foguetes foram disparadas na área de Tel Aviv e nas cidades de Ashdod, Ashkelon e Sderot.
O Hamas confirmou a morte do comandante e de "outros líderes e guerreiros sagrados" em um comunicado. Seu chefe, Ismail Haniyeh, acrescentou: "O confronto com o inimigo está aberto."
Israel lançou sua ação militar depois que o Hamas disparou foguetes em retaliação aos confrontos da polícia israelense com palestinos em Jerusalém Oriental, incluindo em um local sagrado durante o mês de jejum do Ramadã. Uma fonte palestina disse que os esforços de trégua feitos por Egito, Catar e Organização das Nações Unidas não surtiram nenhum progresso para acabar com a violência.
Os combates na fronteira geraram conflitos dentro de Israel, onde alguns membros da minoria árabe organizaram violentos protestos pró-palestinos. Segundo a mídia, houve ataques de judeus contra transeuntes árabes em áreas etnicamente misturadas nesta quarta-feira.
Ao descrever as cenas de destruição como "angustiantes", o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que um assessor sênior, Hady Amr, seria enviado para apelar para israelenses e palestinos buscarem calma.
Israel prometeu continuar atacando o Hamas.
"Uma 'trégua' não faz parte do jargão em nossos lábios, certamente não nos próximos dias", disse o porta-voz militar general Hidai Zilberman à emissora pública Kan.
De acordo com os militares, os ataques visam locais de lançamento de foguetes, escritórios do Hamas e casas de líderes do Hamas.
"Israel enlouqueceu", disse um homem em uma rua de Gaza, onde as pessoas saíram correndo de suas casas enquanto as explosões abalavam edifícios.
O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, reafirmou "apoio ferrenho ao direito legítimo de Israel de se defender".
O conflito é o mais pesado desde a guerra de 2014 no enclave governado pelo Hamas, e a preocupação é crescente de que a situação possa sair de controle.