Por Michel Rose
PARIS (Reuters) - O chefe de política industrial europeia, Thierry Breton, irá rejeitar as alegações de que contar com empresas europeias para construir uma rede 5G atrasaria sua distribuição, entrando em um debate cada vez mais tenso na Alemanha sobre o risco representado pela chinesa Huawei.
Em discurso na conferência DLD em Munique mais tarde neste domingo, Breton, ex-ministro das Finanças da França, alertará os formuladores de políticas na Alemanha e em outros lugares que a nova tecnologia 5G exigirá regras de segurança mais rigorosas do que as gerações anteriores.
"Estabelecer condições rigorosas de segurança não criará atrasos na implantação do 5G na Europa", afirmou Breton, de acordo com uma cópia do discurso obtida pela Reuters.
"A Europa, incluindo a Alemanha, é claro, está no caminho certo. Não estamos atrasados na Europa com a implantação do 5G", disse Breton.
O alerta de Breton contrasta com os comentários do ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, que disse no início desta semana que se as empresas chinesas forem excluídas, a construção da rede 5G seria adiada por pelo menos cinco a dez anos.
Os conservadores da chanceler alemã Angela Merkel estão divididos quanto a apoiar uma proposta de seus parceiros juniores da coalizão social-democrata que, se aprovada, efetivamente excluiria da rede a gigante chinesa da tecnologia.
O governo de Merkel, como toda a Europa, está sob pressão dos Estados Unidos para barrar a Huawei, cujo equipamento, segundo Washington, contém "portas traseiras" que permitiriam à China espionar outros países.
(Reportagem adicional de Michael Nienaber em Berlim)