Por Alexandra Ulmer e Marianna Parraga
CARACAS/HOUSTON (Reuters) - A estatal venezuelana PDVSA está subtraindo petróleo de suas rentáveis joint ventures com empresas estrangeiras para alimentar suas refinarias domésticas, disseram duas fontes próximas ao tema à Reuters, no momento em que atrasos no pagamento de dívidas desencadearam defaults.
A PDVSA pediu que a Petropiar, sua joint venture com a Chevron Corp (N:CVX), entregue até 45 por cento do petróleo que planejava exportar em novembro sem nenhum reembolso imediato, disse uma das fontes neste mês.
A PDVSA não respondeu os pedidos de comentários para a matéria. A Chevron não quis comentar.
As joint ventures exportam petróleo para compradores ao redor do mundo e o desvio reduz a principal fonte de renda do governo. Uma provável razão para a mudança seria uma forma de lidar com a oferta intermitente de combustíveis devido às condições precárias de suas refinarias, que em alguns casos estão operando com um terço de sua capacidade.
A ausência dessas exportações contribuem com o cenário de crise financeira do país, no momento em que o presidente Nicolas Maduro tenta reestruturar cerca de 60 bilhões de dólares em dívidas com detentores de bonds.
Algumas das exportações de petróleo da Venezuela estão sob acordos de permuta por empréstimos com a Rússia e a China. Investidores dizem que o país entrou em default devido a títulos emitidos pela PDVSA e o governo e duas agências de classificação declararam um default seletivo.
Além da operação com a joint venture Petropiar, a PDVSA também retirou neste ano petróleo para suas refinarias domésticas de seu projeto Petrocedeno com a Total (PA:TOTF) e a Statoil (OL:STL).
Suas sócias na joint venture também não quiseram comentar.
(Por Alexandra Ulmer e Mariana Parraga)