PEQUIM (Reuters) - As exportações de gasolina da China saltaram 27% na comparação anual em 2019, mostraram dados nesta quinta-feira, marcando um sétimo recorde anual consecutivo, à medida que um "boom" na construção de novas refinarias coincidiu com uma queda nas vendas de automóveis e gerou uma sobreoferta de combustível no mercado doméstico.
As exportações de gasolina da China, maior importador global de petróleo e segundo maior consumidor, cresceram para 16,37 milhões de toneladas no ano passado, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas.
No mês de dezembro, as exportações atingiram 1,73 milhão de toneladas, alta de 36% na comparação anual.
A expansão nas exportações segue-se a um rápido crescimento da capacidade de refino na China, que adicionou 28,5 milhões de toneladas por ano em nova capacidade em 2019. Esse aumento de capacidade levou as refinarias chinesas a processarem um recorde de 13,04 milhões de barris por dia, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas em 17 de janeiro.
As exportações de diesel em 2019 também cresceram para um recorde, de 21,98 milhões de toneladas, alta de 15% na comparação anual. Em dezembro, os embarques subiram para 1,63 milhão de toneladas, alta de 4% ante mesmo mês do ano anterior, mas com queda de 26% frente a novembro.
Com a desaceleração do crescimento econômico chinês, analistas do braço de análises da estatal China National Petroleum Corp (CNPC) esperam que a demanda por gasolina e diesel siga pressionada em 2020, quando a China deve adicionar mais 27 milhões de toneladas em nova capacidade de refino.
"Para equilibrar a oferta e demanda no mercado doméstico, nós esperamos que ao menos 64,5 milhões de toneladas de combustíveis serão exportadas em 2020", apontou o analista de petróleo Zhang Diqiu, da CNPC, antes da divulgação dos dados.
(Por Muyu Xu e Shivani Singh)