Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da tarde desta sexta-feira, as ações da EzTec operam com leve queda depois de a companhia reportar na noite de ontem que atingiu lucro líquido de R$ 77,7 milhões no primeiro trimestre, representando um avanço de 349% na comparação de R$ 17,3 milhões em igual período do ano passado.
Assim, por volta das 14h50, os papéis cediam 0,55% R$ 25,46.
No caso da receita líquida, a incorporadora registrou um total de R$ 249,5 milhões, 70% maior na comparação anual. Assim, o Ebitda avanço para R$ 54,4 milhões, ficando 56% acima de um ano antes, levando a margem Ebitda a 21,8%, alta de 11,4 pontos percentuais na base anual.
Visão dos analistas
Para a XP Investimentos, a EZTec apresentou resultados marginalmente mais fracos no 1T20, impulsionados pela linha de receita abaixo do esperado devido à menor contribuição das vendas de lançamento de grandes projetos (como o EZ Parque da Cidade no 4T19);
No balanço patrimonial, a EZTec registrou pequena geração de caixa de R$1,2 milhão no trimestre, reforçando sua já forte posição de caixa de R$1.267 milhão (vs. R$0,6 milhão de dívida bruta).
Os analistas destacam que, apesar da visão positiva para a ação no longo prazo, esperam impactos negativos do COVID-19 no resultado operacional e financeiro a partir do 2T20;
O BTG Pactual (SA:BPAC11) destaca que o primeiro trimestre foi sólido, com os analistas achando que estavam otimistas demais, daí a falta de EPS, enquanto o FCF foi forte, tendo em vista todas as aquisições de terras no 1T20.
A equipe mantém a classificação de compra no EZTec (1,5x P / TBV), uma vez que a empresa possui R$ 1,8 bilhão em caixa + recebíveis e zero dívida, o que significa que provavelmente aproveitará todas as oportunidades que surgirem da crise (e a EZTec foi fazendo isso melhor do que qualquer outra empresa nos últimos anos).
Balanço
No documento ao mercado, a empresa afirmou que é possível constatar um ciclo bem delineado de um ano e meio, desde o quarto trimestre de 2018, em que entoou R$ 3,0 bilhões de VGV lançados e R$ 2,3 bilhões vendidos – respaldada por uma demanda represada volumosa, uma condição de financiamento inédita, e um influxo de liquidez que impulsionava tanto vendas quanto lançamentos. Este momentum operacional foi cerceado com a pandemia provocada pelo Covid-19, um fenômeno de caráter inédito e exógeno.
Desde o anúncio oficial da pandemia e o desenrolar das restrições impostas pelas autoridades, ainda no primeiro trimestre, plantões de vendas foram paralisados, impossibilitando o trabalho regular de corretores imobiliários.
Enquanto as vendas semanais do ano até esse evento eram, na média, de R$ 45 milhões, esse ritmo desacelerou para R$ 4 milhões ao longo da segunda quinzena de março e o mês de abril. Embora preliminar, a companhia vê como promissora que final de abril até o momento, os últimos esforços de vendas via lives dobraram o ritmo semanal de vendas.