Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - Um comitê de especialistas recomendou nesta quinta-feira que a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos exija que a Boeing e outros fabricantes de aeronaves adotem novas ferramentas de gestão de segurança, após dois acidentes com o 737 MAX, que matou 346 pessoas.
A Boeing suspendeu toda a sua frota do 737 Max, interrompendo as entregas de seu avião comercial mais vendido, depois que um voo da Ethiopian Airlines caiu em março do ano passado. Foi o segundo 737 Max a falhar em um período de poucos meses. Um avião da Lion Air caiu na Indonésia em outubro de 2018.
O comitê de especialistas, liderado por um general aposentado da Força Aérea e ex-chefe da Air Lines Pilot Association, também pediu melhorias na forma como a FAA certifica novos aviões. Não apoiou a prática de longa data de delegar algumas tarefas de certificação aos fabricantes de aeronaves.
O relatório do comitê divulgado nesta quinta-feira disse que "diferentemente do foco atual do sistema de certificação em conformidade, os Sistemas de Gerenciamento de Segurança (SMSs) promovem uma avaliação holística sobre se as combinações de ações como design, procedimentos e treinamento funcionam juntas para combater possíveis riscos".
A cultura de segurança da Boeing foi duramente criticada na semana passada depois de divulgar centenas de mensagens internas sobre o desenvolvimento do 737 MAX, incluindo uma que dizia que o avião foi "projetado por palhaços que, por sua vez, são supervisionados por macacos".
Em comunicado, a Boeing afirmou que "estudaremos essas recomendações de perto, enquanto continuamos a trabalhar com as partes interessadas do governo e do setor para aprimorar o processo de certificação".
O administrador da FAA, Steve Dickson, elogiou a recomendação de "avançar o uso dos sistemas de gerenciamento de segurança em todos os setores da indústria da aviação", acrescentando que a FAA analisará os resultados.