(Reuters) - O financiamento imobiliário no Brasil com recursos da caderneta de poupança atingiu 13,8 bilhões de reais em novembro, um salto de 77,9% em relação ao mesmo período de 2019, informou nesta quarta-feira a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Mesmo tendo caído 0,2% na comparação com outubro, o desempenho do mês passado foi o segundo maior da série histórica iniciada em julho de 1994, em termos nominais, confirmando a força do setor, mesmo diante da crise provocada pela pandemia da Covid-19.
De janeiro a novembro, os empréstimos no setor para financiar a compra e construção de imóveis avançaram 52,1%, para 106,5 bilhões de reais, próximo do pico histórico registrado em 2014, de 112,85 bilhões de reais.
Em unidades financiadas, os empréstimos de novembro atenderam 46,2 mil imóveis, 1,5% a mais do que em outubro e 59,9% maior do que o apurado em novembro de 2019.
No acumulado do ano até novembro, foram financiadas 370,9 mil unidades, resultado 39,3% acima do de um ano antes.
Por instituições financeiras, a Caixa Econômica Federal liderou os desembolsos, com 43,5% do total, seguida por Bradesco (SA:BBDC4) (19,5%), Itaú Unibanco (SA:ITUB4) (18,6%), Santander Brasil (SA:SANB11) (13%) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) (3%).
Com o juro básico na mínima histórica de 2% ao ano, como parte dos esforços do Banco Central para tentar reanimar a economia atingida pela pandemia, o financiamento imobiliário teve uma disparada surpreendente em 2020, puxando consigo o setor da construção civil e aliviando os efeitos da queda da atividade econômica.
Com isso, seis construtoras estrearam na B3 (SA:B3SA3) neste ano com ofertas iniciais de ações (IPOs) para buscar recursos e financiar planos de crescimento. Outras nove aguardam aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fazerem o mesmo.
(Reportagem de Aluísio Alves)