Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira que seu conselho executivo aprovou que os membros usem seus Direitos Especiais de Saque (DES), ou ativos de reserva do FMI, para adquirir instrumentos de capital híbrido emitidos por bancos multilaterais de desenvolvimento, como o FMI e o Banco Mundial.
O Fundo disse que a decisão do conselho, tomada em 10 de maio, deve ajudar a ampliar o uso dos DES ao mesmo tempo em que aumenta sua atratividade como ativo de reserva.
Isso ocorre em um momento em que o FMI e outras instituições financeiras internacionais estão sob pressão para aumentar os recursos disponíveis para ajudar países em desenvolvimento e mercados emergentes a enfrentar os crescentes desafios globais, como as mudanças climáticas e a insegurança alimentar.
A diretoria do FMI estabeleceu um limite cumulativo de 20 bilhões de dólares para esse uso de DES a fim de lidar com possíveis riscos de liquidez, e disse que revisará o novo uso em dois anos, ou quando as contribuições dos membros ultrapassarem 13,2 bilhões de dólares, o que ocorrer primeiro.
Os membros já podem usar seus DES -- que são alocados aos membros do Fundo na proporção de suas cotas -- para liquidar obrigações, empréstimos, promessas a outros instrumentos do FMI, como o Fundo para Redução da Pobreza e Crescimento, além de transferências como garantia de obrigações financeiras, swaps, operações a termo e doações.
A nova decisão da diretoria significa que os membros do FMI podem canalizar seus DES a uma lista aprovada de 20 instituições, incluindo o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e outros "detentores prescritos" que os utilizariam para emitir instrumentos de capital híbrido, e assim se capitalizarem.