Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de linhas de transmissão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) era marcado em seu início nesta quarta-feira por fraco interesse entre os participantes, que em sua maioria arremataram lotes sem deságio ou não apresentaram proposta, algo que predominou nos últimos certames do gênero.
Deságio no leilão, projetado para concessões de 6,5 mil quilômetros em linhas, atravessando 20 Estados, representaria menor custo para o consumidor no futuro.
A fraca disputa ocorre apesar de o governo federal ter tornado mais atrativo o leilão em relação aos anteriores. Diante da urgência de garantir linhas para alguns importantes projetos de geração de energia, houve melhora em diversas condições para o certame, como a taxa de retorno, os prazos e o licenciamento ambiental.
Ainda assim, levaram lotes sem disputa o Consórcio Transmissão do Brasil (lote A), ofertando uma receita anual de 404,9 milhões de reais; a chinesa State Grid (lote C), com receita anual de 334,56 milhões de reais; e o consórcio KV-LT (lote F), com receita anual de 145,25 milhões de reais.
O baixo interesse dos investidores, já esperado diante das incertezas geradas pela crise política e econômica, resultou em ausência de ofertas paras os lotes B, D, G, H, J e K.
A exceção no início do certame ficou por conta dos lotes E e I, nos quais houve disputa. O primeiro foi levado pela WPR Participações com receita anual de 121,6 milhões de reais, deságio de 14 por cento. Já a Alupar (SA:ALUP11) arrematou lote I com receita anual de 48,48 milhões de reais, um deságio de 11 por cento, após uma acirrada disputa de dezenas de lances com o Consórcio Nordeste.
O leilão oferta nesta quarta-feira, ao todo, a concessão para construção e operação de 24 lotes de linhas de transmissão de eletricidade.
A Aneel estimou que os empreendimentos, no caso de todos serem arrematados, deveriam demandar cerca de 12,2 bilhões de reais em investimentos para serem implementados.