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Frustração com os leilões mostra que estrangeiros querem mudanças de regras

Publicado 07.11.2019, 17:17
Atualizado 07.11.2019, 17:23
© Reuters.

Investing.com - O leilão do pré-sal desta quinta-feira (7) indicou que os estrangeiros querem mudanças de regras para entrar no Brasil. Durante a 6ª rodada de licitação de cinco áreas do pré-sal sob regime de partilha, somente uma foi arrematada, a Aram, na Bacia de Santos.

Após a decepção com o resultado de ontem (6/11) do leilão do excedente da cessão onerosa, o certame de hoje foi um repeteco. Novamente, quem levou foi a Petrobras (SA:PETR4) (80%) em parceria com a chinesa CNODC (20%), por um bônus de assinatura fixo de R$ 5,05 bilhões. O lance vencedor foi o mínimo exigido, de 29,96% de excedente em óleo à União.

Ficaram de fora as áreas de Bumerangue, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava

O analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, afirma que a frustração de hoje pouco tem a ver com a falta de apetite dos estrangeiros no Brasil. “A explicação para este comportamento dos estrangeiros veio pelo descontentamento com o modelo e regras impostas a quem viesse a ganhar a disputa, como no caso de ressarcir a Petrobras por investimento já feitos na região”, disse Galdi.

Além disso, a Petrobras tem o direito, hoje, de manifestar preferência em participar como sócia de um consórcio vencedor, com no mínimo 30%.

“As áreas não colocadas serão ofertadas novamente no próximo ano e, provavelmente, estes fatores que afastaram o interesse de estrangeiros serão alterados”, acrescenta. Para Galdi, esse cenário se estende para o restante das privatizações. Segundo ele, os investidores vão passar a exigir, cada vez mais, facilitação de regras para aumentar capital no Brasil.

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“Não é um problema de atratividade, mas, sim, de facilitar a venda dos ativos. O leilão de hoje mostra que as regras vão ter que mudar”, reforça Galdi.

O próprio ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, admitiu mais cedo que "o exercício de preferência da Petrobras naturalmente reduz a competitividade do certame".

"Isso é claro, nós já manifestamos essa visão ao Congresso Nacional... e o fato de a Petrobras exercer o direito de preferência já reduzindo a competitividade e não participar, isso tem que ser efetivamente analisado e, realmente, não me parece ser de bom senso manter um regime como o que é hoje", afirmou o ministro, sinalizando mudanças que devem ocorrer nas regras.

Uma fonte do governo que pediu para não ser identificada afirmou em conversa com a Reuters que o "desejo de se acabar com esse direito de preferência da Petrobras já existe".

"Acho que hoje a Petrobras deu força para esse argumento de acabar com a preferência... A Petrobras (SA:PETR4) bandejou para o Congresso e para os políticos derrubarem o direito de preferência", adicionou a fonte.

Por outro lado, Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, observa que dados do Banco Central (BC) mostram que o fluxo financeiro (entrada e saída de dólares) no país está negativo há alguns meses, sendo que de janeiro a novembro de 2019, este saldo está no vermelho em US$ 35,5 bilhões. Na leitura dela, isso aponta que os estrangeiros não estão tão bem-humorados assim com o Brasil.

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Consorte destaca que o real começou o dia com baixa, diante das expectativas do leilão, mas logo voltou a subir, estacionando entre R$ 4,09 e R$ 4,10. Às 17h15, o dólar marcava alta de 0,28% em relação ao real, cotado a R$ 4,0949.

Em evento no Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro da Economia, Paulo Guedes, apontou a contradição de um leilão promovido por uma equipe econômica liberal ter como resultado final o fortalecimento da estatal Petrobras.

O ministro disse que ficou "apavorado" com o fato do leilão do excedente da cessão onerosa - que ocorreu no dia 6 de novembro - não ter atraído as grandes empresas do setor de petróleo e responsabilizou o regime de partilha pelo resultado do certame, em que apenas dois dos quatro blocos ofertados receberam ofertas, da Petrobras e de estatais chinesas.

"Tivemos uma dificuldade enorme para, no final, nós vendermos para nós. Ficamos cinco anos conversando a respeito, fizemos um trabalho espetacular, aprofundando, examinando. Chegou ao final, deu 'no show'", disse o ministro.

"Será que a concessão, que é usada no mundo inteiro, não é melhor que a partilha, que é usada por influência de alguns operadores petroleiros franceses em regimes corruptos na África?", questionou o ministro.

Regime de partilha do pré-sal

No regime de partilha, adotado pelo país nas áreas do pré-sal, vence a licitação para exploração de blocos de petróleo o consórcio que oferecer a maior parcela de lucro futuro à União. A Petrobras tem o direito de preferência para atuar como operadora dos blocos.

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Nas concessões, adotadas fora das áreas do pré-sal, vence o consórcio que oferecer ao governo o maior valor pelo direito de exploração (bônus de assinatura), e não há compartilhamento da produção em caso de descoberta de petróleo ou gás.

"Não existe leilão vazio em concessão. Se o negócio tá na mão, você está na mesa, uma porção de gente vem", disse Guedes, acrescentando que, quando o país migrar para o modelo de concessão, "vão ter 17, 18 caras querendo comprar".

Cessão onerosa

No mega leilão do pré-sal do dia 6, somente duas das quatro áreas (Itapu, Búzios, Sépia e Atapu) previstas foram arrematadas, em grande parte pela própria Petrobras. A Itapu foi adquirida sozinha pela petrolífera nacional, com bônus de assinatura de R$ 1,766 bilhão. Já Búzios foi arrematada com bônus de R$ 68,194 bilhões pelo consórcio formado entre Petrobras e as estatais chinesas CNODC e CNOCC. No caso de Búzios, a estatal brasileira terá 90% de participação e será a operadora, enquanto as asiáticas terão 5% cada.

Com isso, a União irá arrecadar R$ 69,96 bilhões, valor menor do que os R$ 106,5 bilhões esperados, caso os quatro blocos tivessem sido arrematados.

(Com Reuters)

Últimos comentários

Negócio é negócio, ninguém é obrigado a comprar, se foi feito um leilão e não apareceu comprador, vejo como uma ação cara, ninguém compra.
A verdade é que o petróleo já era e se tornará obsoleto. Já existem fontes limpas e renováveis de energia que eventualmente se tornarão ainda mais acessíveis. Deviam ter leiloado antes, agora que ninguém mais quer fica difícil...
Pelos próximos 40 anos o petróleo é insustituivel , as outras fontes representam 0.001 %
A outras fontes vao aumentar exponencialmente . As alternativas para o petroleo em automoveis ja fizerem a tesla valer maus di que a GM . O futuro chegou
notícia bem explicada, mas mal escrita... fico decepcionado com o nível de redação das notícias.
é pra confundir os leitores só pode....
é pra confundir os leitores só pode....
Querem que o regime do leilão seja de Conceção e não de Partilha, só isso.... Em regime de concessão,  mandam, desmandam e de quebra por baixo do pano, sem que ninguém perceba começam a cartelizar... com isso, só vai sobrar pro brasilzão as penas da galinha dos ovos de ouro... Uma boa regras seria por exemplo: se querem comprar galinha cansada, que vá procurar no seu próprio quintal, no seu próprio país, em sua própria casa. Negócio é negócio, o Brasil tem que aprender vender ovos de ouro, sem se sentir obrigado a entregar a galinha... A tal de equipe econômica brasileira tem por exemplo, que aprender com o governo americano e outros grandes governos, a negociar com inteligência, resguardando os interesses maiores de seu país e de seu povo... Não tem que mudar regras, tem sim que manter a soberania, ainda que para isso todos tenham que trabalhar dia e noite... trabalho perseverante e honesto, coragem para enfrentar desafios com prudência e austeridade não mata ninguém e gera riquezas.
eles vão exercer pressão como é natural ema situação dessas, e logicamente tentar levar o certame a uma total subjugação.
Pelo visto não sabem quem o Paulo Guedes, ele foi co-fundador do BTG pactual. ..
Uma boa dose de sensatez! Parabéns! Infelizmente a mentalidade desse governo é entreguista e o povo é ignorante demais pra perceber qualquer coisa.
simples, mantém as regras e compra quem tiver dinheiro pra comprar. Tá no nosso terreno, tem valor de comércio e é nosso.
Não é um problema de atratividade, mas, sim, de facilitar a venda dos ativos. Está no texto. Fala sério? Querem de graça e com pedido de desculpas pela demora na entrega. Não há "amigos" em negócios. Ninguém ajuda ninguém. Quem quiser terá que pagar. Ou vai procurar outro lugar. Simples assim.
Eles querem comprar de graça!
Voces ou sao petistas, ou sao novatos nesse mundo ou as duas coisas, todas as alternativas definem vcs: me dio cres
Melhor investimento não há, a Petro arremata e uma parte ainda volta para ela, parece esquema empresas Silvio Santos kkkkk
Melhor investimento não há, a Petro arremata e uma parte ainda volta para ela, parece esquema empresas Silvio Santos kkkkk
tem que vender logo enquanto vale alguma coisa
Querem molezinha e esse governo sem vergonha vai abrir as pernas.
O mais sem vergonha tá preso! )
O mais sem vergonha tá preso! )
O mais sem vergonha tá preso! )
Kkkk... Ninguém além da petr tem know-how para explorar do pré-sal. Os chineses foram espertos e pegaram apenas uma pequena parte para ir tomando conhecimento do negócio.Outro fator que colocou os participantes para correr é o custo de extração do pré-sal, não tem como extrair esse petróleo com profissionais que ganham salário mínimo..E pra terminar... A tendência do preço do petróleo no médio/longo prazo é cair com a maior participação dos carros elétricos/híbridos, não vai ter jeito, os estoques no futuro vão aumentar.Só vão se interessar pela petr se vender tudo por uns $5bi, o payback pra esses caras têm que ser de no máximo 3 meses...
aham... abre as pernas, ninguem se interessa e a solução é abrir mais ainda. essa porcaria de neoliberalismo de colonia
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