Por Patrícia Duarte
SÃO PAULO (Reuters) - O futuro presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, pode ser considerado um fiel escudeiro do governo comandado pelo PT.
Com quase 40 anos de carreira dentro do Banco do Brasil, onde ingressou como menor estagiário em 1978, assumiu o maior banco da América Latina em abril de 2009 --quando Luiz Inácio Lula da Silva era o presidente da República e Guido Mantega o ministro da Fazenda-- para alinhá-lo à nova política econômica que estava sendo implementada naquele momento.
A ideia foi baixar os juros para incentivar o consumo no momento em que o mundo vivia uma das priores crises financeiras da História. E foi o que o BB fez por muito tempo, inclusive no governo da presidente Dilma Rousseff, iniciado em 2011.
Logo de cara, o banco teve bons resultados e voltou à liderança no mercado brasileiro tomada pouco antes pela compra do Unibanco pelo Itaú. Desde que Bendine assumiu o BB, o valor das ações dobrou. No mesmo período, o principal índice de ações da bolsa paulista subiu cerca de 20 por cento.
Dida, como é conhecido inclusive entre seus colegas de trabalho, é palmeirense roxo e bem-humorado. Viveu intensas batalhas políticas dentro do BB, que sofria ingerência também de aliados do PMDB e outras linhas mais duras do PT, mas com apoio do Palácio do Planalto conseguiu sobreviver.
Até mesmo em momentos delicados, como quando foi alvo de polêmica após comprar um apartamento de 150 mil reais em dinheiro vivo, que ficava guardado em sua casa.
Ele voltou às manchetes no ano passado, diante de denúncias de que o BB teria emprestado 2,7 milhões de reais à empresa da socialite Val Marchiori em uma linha subsidiada pelo BNDES, contrariando normas internas das duas instituições.
Bendine, 51 anos, cresceu muito rápido quando chegou aos escalões mais altos no BB. O novo presidente da Petrobras é bacharel em Administração de Empresas, cursou MBA em Finanças e em Formação Geral para Altos Executivos.