PIB dos EUA cresce 3% no 2º tri com apoio de consumo e queda de importações
Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas registravam alta nesta terça-feira, com os investidores atentos à divulgação de novos balanços corporativos e indicadores econômicos, em meio ao início da reunião de política monetária do Federal Reserve.
Às 7h30 de Brasília, o Dow Jones futuro subia 95 pontos, ou 0,2%, o S&P 500 futuro avançava 17 pontos, ou 0,3%, e o Nasdaq 100 futuro ganhava 100 pontos, ou 0,4%.
O índice S&P 500 renovou a máxima histórica na segunda-feira, enquanto o Nasdaq Composite encerrou em alta, após o anúncio, no fim de semana, de um acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia. Os investidores também acompanham as negociações de Washington com Pequim, com retomada das conversas na Suécia, antes do prazo de 12 de agosto.
No Brasil, segue a tensão com o fim do prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump para aplicação de uma tarifa de 50% sobre nossas exportações, com os canais de negociação aparentemente fechados.
1. Negociações comerciais entre EUA e China
O acordo com a União Europeia foi o mais recente de uma série de entendimentos que a Casa Branca buscou firmar antes de 1º de agosto, quando entram em vigor tarifas “recíprocas” adicionais sobre diversos países.
“Em relação a grandes acordos comerciais ainda pendentes, o mercado seguirá atento a negociações com países da Ásia (Coreia do Sul, Taiwan, Índia) e possivelmente a novos desenvolvimentos envolvendo México e Canadá”, afirmaram analistas do ING em relatório.
Com esse contexto, Estados Unidos e China devem retomar nesta terça-feira, na Suécia, a rodada mais recente de tratativas comerciais, com Pequim tendo até 12 de agosto para alcançar um acordo mais duradouro sobre tarifas com Washington.
As duas partes haviam fechado entendimentos preliminares no início deste ano que reduziram a escalada de uma disputa marcada por tarifas sucessivas e pela limitação na exportação de minerais raros estratégicos.
2. Começa reunião de política monetária do Fed
O Federal Reserve inicia hoje sua reunião de dois dias. A expectativa é de manutenção dos juros no intervalo de 4,25% a 4,5% no anúncio de quarta-feira, mas investidores acompanharão atentamente eventuais sinais sobre um corte mais adiante neste ano.
O presidente do Fed, Jerome Powell, tem defendido cautela enquanto os formuladores de política monetária aguardam maior clareza sobre os efeitos da política tarifária agressiva do governo Trump. Ainda assim, surgiram divergências dentro do comitê, com alguns membros manifestando apoio recente à redução de juros.
Na segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pedir que o Fed corte as taxas, argumentando que isso ajudaria a sustentar a economia do país.
O Banco do Japão também realiza uma reunião importante na quinta-feira, com expectativa de manutenção das taxas.
As tarifas e seus efeitos na inflação estarão no centro das atenções na quinta-feira, com a divulgação do índice de preços PCE de junho, principal referência inflacionária para o Fed.
Ao longo da semana, o mercado também acompanhará dados do mercado de trabalho: as vagas abertas pelo JOLTS ainda nesta sessão, o relatório ADP de emprego privado na quarta-feira, pedidos de auxílio-desemprego na quinta-feira e, na sexta-feira, o relatório oficial de emprego de julho.
3. Balanços das “7 Magníficas” no radar
Esta será a semana mais intensa da temporada de balanços, com mais de 150 empresas do S&P 500 previstas para divulgar resultados.
Entre elas estão integrantes do grupo das “7 Magníficas”: Meta Platforms (NASDAQ:META) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) na quarta-feira, seguidas por Apple (NASDAQ:AAPL) e Amazon (NASDAQ:AMZN) na quinta-feira.
Antes da abertura desta terça-feira em Wall Street, devem ser apresentados números de várias companhias, entre elas a farmacêutica Merck, a gigante do setor de saúde UnitedHealth e a fabricante de aeronaves Boeing (NYSE:BA). A Procter & Gamble, que anunciou na segunda-feira a saída do CEO Jon Moeller, também divulgará seus resultados.
Após o fechamento do mercado, a Visa divulgará seus números.
4. Petróleo volta a subir
Os preços do petróleo avançaram nesta terça-feira antes do início da reunião do Fed, em meio ao acordo comercial fechado entre Estados Unidos e União Europeia.
No momento da redação, o Brent ganhava 0,6%, negociado a US$ 69,74 por barril, enquanto o WTI subia 0,7%, a US$ 67,19 por barril.
Na sessão anterior, ambos os contratos fecharam com alta superior a 2%, com o Brent atingindo o maior nível desde 18 de julho, após o entendimento entre EUA e UE ter evitado uma guerra comercial mais ampla entre os dois aliados, que poderia comprometer a demanda por combustíveis.
O acordo também prevê compras de energia norte-americana pela União Europeia no valor de US$ 750 bilhões nos próximos anos.
5. Brasil espera sinal de Washington para negociação comercial
Com a tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras prevista para 1º de agosto, o governo Lula mantém as tratativas por canais diplomáticos, mas o presidente sinalizou que não pretende ligar para Donald Trump. Segundo ele, a disposição para negociar permanece, mas só haverá avanço caso haja resposta direta de Washington.
O Itamaraty mantém a estratégia de esperar um sinal do governo norte-americano para retomar as negociações. Enquanto isso, o chanceler Mauro Vieira participa de reuniões na ONU em Nova York, e a carta enviada em 16 de maio com propostas brasileiras segue sem resposta.
O vice-presidente Geraldo Alckmin tem conduzido tentativas de diálogo por canais institucionais, mas, segundo o próprio presidente, não obteve retorno do governo dos EUA. A equipe econômica concentra esforços nesta semana para tratar do impasse de forma reservada.
Ontem, Lula reuniu-se com Alckmin e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para avaliar medidas de contingência diante do tarifaço. O encontro serviu para alinhar alternativas que devem ser apresentadas ao presidente ao longo da semana, podendo gerar anúncios nos próximos dias.