Investing.com - Na quarta-feira, antes da abertura dos mercados, será a vez da Gerdau (SA:GGBR4) divulgar o resultado e seu balanço do segundo trimestre do ano. A expectativa do mercado é de números neutros, com um cenário bastante parecido com o registrado nos primeiros três meses do ano, com a companhia tendo dificuldade para repassar o aumento dos custos no período.
Com isso, as ações da Gerdau operam com ganhos de 0,31% a R$ 13,14 na tarde desta terça-feira, em um dia positivo para o Ibovespa.
O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) destaca que no relatório de Prévias do 1T19, mencionou que esperava melhoras de margens no 2T19, caso os aumentos de preços fossem implementados. Como isto não ocorreu e há uma nova tentativa em curso, o banco mantém o discurso e espera melhores margens para o 3T19, se a receita melhorar em passo mais rápido, a fim de compensar os custos elevados.
Com a reforma da previdência avançando e, internacionalmente, a guerra comercial ainda incerta, os analistas acreditam em um trimestre melhor, apesar da sazonalidade mais fraca. Eles reafirmam que as empresas estão em uma situação muito mais confortável em relação a níveis de endividamento e estrutura interna, após vendas de unidades adjacentes para focar em seus negócios principais.
Consenso
O consenso de mercado aposta que o lucro líquido da companhia para o segundo trimestre será de R$ 0,34 por ação, o que fica abaixo dos R$ 0,41 registrados um ano antes, ocasião que eram esperados R$ 0,17. Nos três primeiros meses do ano, o total foi de R$ 0,26 para cada papel, abaixo dos R$ 0,27 esperados.
Para as receitas, a mediana dos analistas espera por R$ 10,46 bilhões para os meses entre abril e junho deste ano, contra R$ 12,04 bilhões de um ano antes, que ficou acima dos R$ 11,25 bilhões esperados. Já na abertura do ano, o resultado foi de R$ 10,03 bilhões, menos do que os R$ 10,91 bilhões de consenso.
BTG
Para a Gerdau, o BTG Pactual (SA:BPAC11) trabalha com expectativa de lucro líquido de R$ 659 milhões, com receitas líquidas de R$ 10,655 bilhões e Ebitda de R$ 1,588 bilhão, com margem de 15%. No segundo trimestre do ano passado, os resultados foram, respectivamente, de R$ 698 milhões, R$ 12,035 bilhões e R$ 1,756 bilhão.
BB-BI
A equipe do banco espera números neutros no 2T19 quando comparado ao 1T19, dada a retomada mais lenta no segmento de aços longos, importante mercado endereçado pela Gerdau. Com relação a ON Brasil, devemos ver volumes estáveis, refletindo vendas levemente superior no mercado doméstico, compensando a queda nos volumes exportados.
Isto posto, apesar do aumento das receitas, devemos ver menores margens, respondendo às pressões de custos. Os preços de MF dispararam no período, como sabido, mas a Gerdau conseguir compensar parcialmente este aumento com sucata mais barata (a qual representa 50% da produção da empresa), minimizando, assim, as perdas de margens.
A ON América do Norte continua ganhando importância, com margem EBITDA de dois dígitos. As receitas devem ser impactadas por preços menores de sucata, bem como as margens, considerando que o ‘efeito sucata’ é sentido mais rapidamente na receita e posteriormente nos custos. Contudo, as expectativas se mantêm positivas na região, dados os direcionadores positivos na economia local.
Já para a ON América do Sul, devemos ver um trimestre estável, com destaque para Peru e Argentina, apesar das pressões em custos. No segmento de aços especiais, a recuperação do mercado automotivo deve parcialmente compensar as quedas nas exportações devido à crise argentina e as menores vendas na América do Norte.
Consolidando, o BB-BI espera que o EBITDA da Gerdau no trimestre atinja R$ 1, 528 bilhão 1,5% menor que o trimestre anterior, com receita líquida de R$ 10816 bilhões e lucro líquido de R$ 581 milhões.