Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A gestora de recursos Perfin fechou acordo para comprar 20% do grupo Comerc Energia, que tem negócios em comercialização de eletricidade e outros nichos do setor elétrico, por um investimento de 200 milhões de reais.
A operação, confirmada à Reuters pela assessoria de imprensa da Comerc, ocorre em momento aquecido do mercado de comercialização de energia no Brasil, que tem registrado abertura de diversas novas empresas e operações de compra de participação em companhias que atuam no segmento.
A aquisição inclui participações em todas empresas do grupo Comerc, inclusive na unidade de tecnologia Doc 88 e na MegaWhat, um portal de notícias e informações sobre energia, de acordo com publicação da própria empresa na noite de sexta-feira.
Procurada, a Perfin não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A Comerc é uma das principais comercializadoras de energia independentes do Brasil e negocia mensalmente 1,6 gigawatts médios em eletricidade, segundo informações do site da companhia.
A empresa atua no mercado livre de energia, onde grandes consumidores como indústrias podem negociar preços e contratos de suprimento diretamente com geradores ou "tradings".
Já a Perfin, de gestão de ativos, possui diversos fundos, alguns deles voltados a investimentos em negócios de energia. Fundos da empresa já fecharam aquisições de transmissoras de energia.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por monitorar e registrar operações no mercado de energia, registrou salto de 16% no número de comercializadoras em atividade em 2020, para 397 empresas. Já os consumidores aptos a negociar energia no mercado livre eram mais de 8,5 mil ao final de 2020, alta de 20% ante 2019.
O segmento tem sido impulsionado por perspectivas de uma reforma regulatória no setor elétrico que tramita no Congresso e tem apoio do Ministério de Minas e Energia. O projeto prevê redução gradual de exigências para que empresas atuem no ambiente livre, o que permitiria uma liberalização total do mercado após 42 meses de sua eventual aprovação.
(Por Luciano Costa; Edição de Maria Carolina Marcello)