(Reuters) - A companhia de mineração e trading Glencore (LONDON:GLEN) reconheceu nesta segunda-feira a gravidade da queda do mercado global de commodities ao suspender dividendos e anunciar que vai vender ativos e novas ações para reduzir pesadas dívidas adquiridas em anos de rápida expansão.
A empresa, que é listada em Londres, passou a enfrentar pressão para cortar sua dívida líquida de 30 bilhões de dólares, uma das maiores do setor, conforme os preços do carvão e cobre, seus principais produtos, despencaram para mínimas em mais de seis anos.
Apesar revés no preços das commodities, a Glencore havia dito no mês passado que seu fluxo de caixa era "confortável" para lidar com o serviço de dívida, com o retorno de caixa aos acionistas e com apoio ao crescimento.
Nesta segunda-feira, a Glencore afirmou que vai cortar a dívida líquida em um terço até o final de 2016. A empresa também vai vender ativos e levantar 2,5 bilhões de dólares em uma venda de ações, com seus bilionários diretores destinando parte de suas fortunas para o negócio.
As ações da empresa com sede na Suíça fecharam em alta de 7 por cento nesta segunda, depois de terem acumulado queda de quase 60 por cento no ano até a semana passada, em um desempenho pior que o de mineradoras rivais como BHP Billiton e Rio Tinto (LONDON:RIO).
A Glencore também disse ter suspendido o pagamento de dividendos até novo aviso. A companhia não pagará o último dividendo para 2015, o que deve assegurar uma economia de cerca de 1,6 bilhão de dólares, enquanto outros 800 milhões de dólares serão economizados com a suspensão do dividendo intercalar de 2016.
A empresa disse esperar levantar 2 bilhões de dólares com a venda de ativos - incluindo participações minoritárias em seu negócio de agricultura -, e economizar de 500 milhões de dólares a 1 bilhão de dólares com mais cortes nas despesas de capital até o final de 2016. A Glencore espera reduzir o capital de giro em 1,5 bilhão de dólares adicionais até o fim de junho do próximo ano.
A companhia também vai suspender algumas operações africanas de produção de cobre.
(Por Olivia Kumwenda-Mtambo)