Por Yesim Dikmen e Seyhmus Cakan
ISTAMBUL/DIYABAKIR (Reuters) - Duas mulheres atiraram contra o consulado dos Estados Unidos em Istambul nesta segunda-feira e pelo menos oito pessoas foram mortas em uma onda de ataques separados contra forças de segurança turcas semanas depois de Ancara iniciar uma repressão ao Estado Islâmico e a militantes curdos e de extrema esquerda.
O país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está em estado de alerta intenso desde que começou sua "guerra sincronizada ao terror" no mês passado, incluindo ataques aéreos contra combatentes do Estado Islâmico na Síria e a militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) no norte do Iraque. A Turquia também deteve centenas de supostos militantes em casa.
Um grupo da esquerda radical que matou um segurança turco em um ataque suicida à embaixada dos EUA em Ancara em 2013 declarou estar envolvido no atentado desta segunda-feira.
A Frente-Exército de Liberação do Partido Revolucionário (DHKP-C, na sigla em turco), considerada uma organização terrorista pelos EUA e pela Turquia, declarou que um de seus membros esteve envolvido no ataque, e classificou Washington com o "arquiinimigo" do povo do Oriente Médio e do mundo.
Usando rifles automáticos, a polícia isolou as ruas ao redor do consulado norte-americano no distrito de Sariyer, no lado europeu de Istambul, após o ataque com armas de fogo no local.
Ahmet Akcay, morador que testemunhou a ação, contou à Reuters que uma das mulheres disparou quatro ou cinco tiros mirando seguranças e funcionários do consulado.
"A polícia gritava ‘abaixe sua bolsa, abaixe sua bolsa'. E a mulher dizia ‘não irei me render'", disse Akcay.
"A polícia a alertou de novo ‘abaixe sua bolsa ou teremos que atirar em você', e a mulher disse ‘atirem'".
Mais tarde uma das duas mulheres foi capturada ferida, afirmou o escritório do governador de Istambul.