SÃO PAULO (Reuters) - A companhia aérea Gol teve um segundo trimestre consecutivo de resultado positivo, em um desempenho apoiado por efeitos contábeis gerados pela valorização do real contra o dólar e plano de reestruturação que reduziu o tamanho da frota da empresa.
A Gol teve lucro líquido de 309,5 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo resultado negativo de 355 milhões de reais apurado no mesmo período de 2015. No primeiro trimestre, mais movimentado para o setor aéreo que o segundo, a Gol já havia divulgado resultado positivo de 757 milhões de reais impulsionado por câmbio e devolução de aeronaves.
Segundo a companhia, a valorização do real frente ao dólar gerou um ganho contábil de 778,8 milhões de reais de abril a junho.
Além disso, o yield, um indicador que mede o preço das passagens aéreas, teve alta de 9,2 por cento no segundo trimestre sobre o mesmo período do ano passado, a 22,12 centavos de real. Com isso, a receita líquida por passageiro teve avanço de cerca de 7 por cento, a 16,64 centavos de real.
O período ainda foi marcado por queda nos preços do combustível, cujo preço por litro recuou 17,3 por cento, o que ajudou a fazer a despesa com esse item ter queda de 28 por cento no segundo trimestre sobre um ano antes, a 591,7 milhões de reais.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves (Ebitdar) ajustado foi de 247 milhões de reais, ante 80,5 milhões nos três meses encerrados em junho do ano passado.
O resultado operacional negativo (Ebit) caiu, passando de 251 milhões de reais no segundo trimestre de 2015 para 171 milhões nos três meses encerrados em junho deste ano.
A Gol também informou que prevê margem operacional de 4 a 6 por cento neste ano ante 5,5 por cento no primeiro semestre. A empresa manteve a previsão de queda de 5 a 8 por cento na oferta total e de recuo de 15 a 18 por cento nas decolagens em 2016. O plano de frota prevê que a empresa vai encerrar 2016 com frota de 122 aeronaves ante 139 ao final do primeiro semestre.
A empresa fechou o trimestre com dívida líquida ajustada de 14,3 bilhões de reais, crescimento de 31 por cento sobre um ano antes. A relação de alavancagem medida pela dívida líquida ajustada sobre o Ebitdar passou de 7,3 para 7,6 vezes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)