SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro não avalia no momento elevar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para gasolina, uma reivindicação do setor sucroalcooleiro para dar mais competitividade ao etanol, afirmou nesta segunda-feira o diretor do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles.
"Não há discussão no momento dentro do ministério em relação a um possível aumento no imposto sobre a gasolina " disse Dornelles, nos bastidores de um evento sobre etanol em São Paulo.
"O setor sucroalcooleiro apresentou uma demanda para elevar o imposto em sua primeira reunião com o novo ministro, algumas semanas atrás, mas o próprio presidente disse que isso não é uma prioridade", disse.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, assumiu o cargo logo após o presidente interino Michel Temer começar seu governo em 12 de maio, substituindo a presidente afastada Dilma Rousseff, que enfrenta um julgamento de impeachment por alegações de manipulação das contas públicas.
O setor sucroalcooleiro do país acredita que o governo deve usar o imposto para valorizar a contribuição ambiental do etanol. Um imposto maior sobre a gasolina estimularia o uso do biocombustível no Brasil, ajudando a reduzir as emissões de carbono.
O valor da Cide atualmente é de 0,10 real por litro de gasolina. O setor sucroalcooleiro gostaria que o imposto fosse elevado a 0,60 real por litro.
Dornelles observou que o Ministério de Minas e Energia não está lidando com os preços dos combustíveis, que agora são vistos como uma tarefa exclusiva da Petrobras (SA:PETR4).
(Por Marcelo Teixeira)