CARACAS (Reuters) - O canal estatal venezuelano disse neste domingo que Luis Parra, um deputado dissidente, foi empossado como o novo chefe do Congresso Nacional.
A oposição venezuelana imediatamente denunciou que esse juramento não teve votos ou quórum e acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de dar um "golpe no parlamento".
O movimento aconteceu após o Congresso da Venezuela, cuja maioria de opõe a Maduro, se juntar para eleger uma nova liderança, com previsão de reeleger Juan Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como presidente legítimo da nação.
Os EUA acusaram o governo de Nicolás Maduro de "ir contra a vontade do povo e das leis", alguns minutos após o governo anunciar que um deputado aliado assumiu o cargo de novo presidente do Congresso.
Guaidó enfrenta pressão de Maduro e acusou o Partido Socialista de oferecer malas de dinheiro a parlamentares para votarem contra ele.
Uma vitória de Guaidó permitiria que a oposição continuasse pressionando pela saída de Maduro, que se tornou um pária entre as nações do Ocidente por minar a democracia e ser responsável por um catastrófico colapso econômico do país.
Autoridades do governo aparentemente estavam tentando impedir a votação, com policiais e militares bloqueando uma avenida que leva ao Parlamento e impedindo a entrada de legisladores de oposição.
"Nem a ditadura ou o aparato repressivo do Estado podem decidir quem entra", disse Guaidó, ao lado de uma barricada da polícia a um quarteirão do Congresso. Ele disse que não entraria no palácio legislativo até que todos possam entrar também.
No começo da tarde, vários congressistas disseram que ainda não haviam conseguido entrar. A televisão estatal mostrou imagens de parlamentares socialistas passando sem problemas pelos cordões de segurança.
Maduro classifica Guaidó como um fantoche dos Estados Unidos e diz que os problemas econômicos do país são decorrência das sanções de Washington, que proíbe que empresas norte-americanas comprem petróleo do país ou façam negócios com o governo.
Mas ele ainda mantém o poder, apesar da baixa aprovação e do esforço de um ano do governo Trump de tirá-lo do poder.
(Por Mayela Armas, Vivian Sequera e Corina Pons)