RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sinalizou nessa quarta-feira que a concessão da Cedae prevista para o segundo semestre pode gerar receita de ao menos 11 bilhões de reais.
A estimativa acontece em meio a uma crise histórica da estatal fluminense, que há quase um mês e meio fornece água com cheiro, sabor e cor de terra, em algumas localidades. Nessa semana, houve uma troca no comando da empresa.
Segundo Witzel, os valores a serem captados com a concessão das áreas de distribuição de água e tratamento de esgoto serão rateada com os municípios.
O governo usará os recursos da concessão para pagar um empréstimo feito pelo Estado junto ao BNP Paribas (PA:BNPP), de quase 3 bilhões de reais, na gestão do governador Luiz Fernando Pezão.
Estima-se que, somado aos juros, o passivo a ser pago totalizará cerca de 4 bilhões de reais. Do restante, 80% devem ficar com o Estado e 20% com municípios da área de concessão e com cidades que integram a chamada câmara metropolitana.
"(Serão) pelo menos 11 bilhões de reais nos cofres do Estado do Rio de Janeiro e agora, no mês de novembro, vamos dar esse presente ao nosso Estado e aos municípios que vão receber parte dessa outorga", disse o governador durante lançamento de um programa para vítimas de catástrofes e situações emergenciais.
O modelo de concessão prevê investimentos de 32 bilhões de reais durante 35 anos para ampliar a cobertura de água e esgoto no Estado. Witzel recebeu prefeitos para apresentação das diretrizes da participação dos municípios na concessão.
"Hoje o Rio de Janeiro consagrou investimentos de 30 bilhões em saneamento e distribuição de água", afirmou ele.
(Por Rodrigo Viga Gaier)