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GPA vê pandemia adiar conversões e aberturas de lojas, mantém planos de desinvestimento

Publicado 14.05.2020, 16:18
© Reuters. Unidade do supermercado Pão de Açúcar, do GPA, em São Paulo (SP)
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Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo supermercadista GPA (SA:PCAR3) espera que a maioria das conversões, reformas e aberturas de lojas se concentrem no segundo semestre de 2020, disseram executivos, à medida que a pandemia de coronavírus compromete o ritmo dos trabalhos em algumas cidades brasileiras.

"A nossa estratégia de longo prazo não mudou, mas tivemos que fazer alguns ajustes em meio a esse cenário desafiador jamais observado", afirmou o presidente do GPA, Peter Estermann, a analistas e investidores em teleconferência para discutir os resultados trimestrais.

O GPA teve um salto de 56,5% nas vendas brutas do primeiro trimestre, mas os custos atrelados à aquisição do colombiano Almacenes Éxito levaram a um prejuízo trimestral de 130 milhões de reais.

As ações do GPA caíram quase 7% nesta tarde, para abaixo de 60 reais, figurando entre os piores desempenhos da sessão do Ibovespa.

"Apesar do resultado mais fraco devido à consolidação da Éxito, vemos uma tendência positiva para a empresa nos próximos trimestres", escreveram analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) em relatório.

Segundo eles, a empresa deve se beneficiar de crescente demanda no curto prazo devido à pandemia do COVID-19, de conversões e reformas de lojas, bem como da venda de ativos não essenciais nos próximos meses.

O GPA manteve a previsão de investimentos de 1,8 bilhão de reais para 2020, incluindo a abertura de 20 novas lojas da rede de atacarejo Assaí e de 50 novas lojas de proximidade Minuto Pão de Açúcar, disse Estermann.

O grupo varejista ainda planeja converter até 15 lojas Pão de Açúcar para o modelo geração 7 e 50 supermercados para o formato Mercado Extra. Além disso, 10 hipermercados Extra serão transformados em lojas Assaí e outros 10 serão vendidos ou fechados, acrescentou.

Apesar dos desafios trazidos pelo coronavírus, os planos de desinvestimento estão avançando e o GPA vê potencial de levantar mais de 3 bilhões de reais com a venda de postos de gasolina, ativos imobiliários e até mesmo as operações na Argentina e no Uruguai, contou o diretor vice-presidente de finanças e de relações com investidores, Christophe Hidalgo.

© Reuters. Unidade do supermercado Pão de Açúcar, do GPA, em São Paulo (SP)

"A situação de COVID-19 deixa o investidor mais cauteloso, as conversas para monetizar ativos não foram suspensas", afirmou Hidalgo. Ele ponderou, contudo, que a companhia dispõe de uma sólida posição de caixa no momento e não está com pressa para vender os ativos a qualquer preço.

Estermann disse que a pandemia também incentivou o GPA a acelerar algumas iniciativas digitais, após as vendas do ecommerce alimentar saltarem 82% no primeiro trimestre ano a ano.

"(O crescimento do ecommerce) continuou em abril e maio e nossa expectativa é de que esse incremento e a preferência por essa modalidade de compra se mantenham mesmo após o período do isolamento social", disse o presidente do GPA, citando planos da companhia para lançamento de um marketplace no terceiro trimestre.

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