Por Luc Cohen
GEORGETOWN (Reuters) - O governo da Guiana planeja iniciar no mês que vem a busca por uma petroleira ou trading para comercializar sua parcela no petróleo produzido no país, disse em entrevista o diretor do Departamento de Energia guianense, Mark Bynoe.
O governo tem direito a uma parcela do petróleo de tipo "light sweet" que um consórcio liderado pela Exxon Mobil (NYSE:XOM) começou a produzir no mês passado, após ter realizado nos últimos anos 15 descobertas, que devem transformar a economia da Guiana, um país subdesenvolvido e com menos de 800 mil habitantes.
Sem capacidade para o refino, no ano passado Georgetown começou a vender sua fatia de petróleo do país por meio de licitações --a primeira foi vencida pela Shell, que embarcou as três primeiras cargas do governo. Assim, enquanto o Estado não desenvolve a capacidade para vender o produto por si próprio, a Guiana depende de uma trading para comercializá-lo, afirmou Bynoe.
"Ainda não temos o tipo de apoio administrativo necessário", disse ele à Reuters na tarde de quarta-feira. "Estamos adotando essa metodologia mais simples para que possamos garantir que, enquanto avançamos, não estejamos perdendo valor."
Bynoe afirmou que o governo espera iniciar no mês que vem os pedidos para que petroleiras internacionais e tradings de energia façam propostas para operar como o agente.
Depois de encontrar mais de 6 bilhões de barris de recursos recuperáveis de petróleo e gás na Guiana, a Exxon e seus sócios Hess Corp (NYSE:HES) e CNOOC esperam produzir 750 mil barris por dia (bpd) de petróleo no país até 2025.
Várias outras empresas --incluindo Tullow Oil (LON:TLW), Repsol (MC:REP) e Total-- também estão explorando a costa guianense, embora nenhuma delas tenha feito descobertas comerciais até agora.