Por Alberto Alerigi Jr.
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de planos de saúde Hapvida (SA:HAPV3) está suspendendo projetos de fusões e aquisições enquanto concentra recursos em ampliação de unidades de atendimento de sua rede própria, que opera com 60% dos leitos ocupados atualmente, afirmaram executivos da companhia nesta quinta-feira.
A companhia não registrou incremento relevante nos atendimentos em suas unidades de emergência relativos à epidemia de Covid-19 no Ceará, Estado que abriga a sede do grupo, e tem trabalhado com beneficiários para tirar dúvidas a fim de evitar idas desnecessárias aos centros médicos por pessoas que suspeitam estar infectadas pelo coronavírus.
Segundo os executivos do grupo, que falaram durante teleconferência com analistas do setor, a Hapvida registrava até quarta-feira 15 casos confirmados de pacientes contaminados pelo coronavírus, dos quais 1 no Amazonas, 4 na Bahia, 7 no Ceará e 3 no interior de São Paulo.
Até a véspera, o Brasil tinha 2.433 casos confirmados do novo coronavírus e 57 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.
A Hapvida afirma a ser a única do Brasil com rede própria nas cinco regiões do país. O grupo tem 40 hospitais e um total de cerca de 2.500 leitos, segundo apresentação da companhia, além de 42 unidades de pronto-atendimento e 160 clínicas e 141 unidades de diagnóstico. As ações da companhia exibiam alta de cerca de 11% às 14h15.
Executivos do grupo afirmaram que, apesar de ter uma capacidade de leitos desocupados de 40%, a companhia está trabalhando para adiar algumas internações eletivas para ter mais oferta de atendimento a casos de Covid-19. Além disso, o grupo está vendo uma tendência de flexibilização regulatória para que as operadores de saúde tenham mais fôlego de fazer frente à crise do Covid-19.
O grupo, que teve margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de 20% em 2019, avalia que o percentual é sustentável e que vai repassar para os preços dos planos ganhos adicionais de margem, em estratégia para ampliar o mercado.