Ibovespa acelera e mira 129 mil pontos, mesmo após 9 altas, caminhando para 4ª semana de ganhos

Publicado 12.07.2024, 08:29
Atualizado 12.07.2024, 11:40
© B3 Ibovespa acelera e mira 129 mil pontos, mesmo após 9 altas, caminhando para 4ª semana de ganhos

A alta das commodities e das bolsas em Nova York tenta puxar o Ibovespa para cima. No entanto, as incertezas fiscais e o fato de o indicador vir de nove elevações seguidas barram um avanço mais forte e às vezes até jogam o índice da B3 (BVMF:B3SA3) para baixo levemente. Ainda assim, defende a marca dos 128 mil pontos recuperada na véspera, o que não se via desde meados de maio deste ano, e caminha para fechar a semana com a quarta elevação consecutiva. Por volta das 11h, acelerou e tentava buscar os 129 mil pontos.

Segundo Pedro Caldeira, sócio da One Investimentos, o que tem mantido o Índice Bovespa em alta é o fluxo positivo que começa a dar algum fôlego, depois da deterioração vista no primeiro semestre que culminou com a pior marca em quatro anos. "Houve um fluxo de saída muito forte e agora começa a aparecer. O valuation ações com preços convidativos ainda está muito atrativo", avalia.

Depois do alívio dos mercados após a divulgação, na quinta-feira, 11, da deflação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, o CPI, nesta sexta-feira, 12, foi divulgado o PPI de junho. O indicador que mede os preços no atacado dos EUA subiu 0,2% em junho, superando a previsão de alta de 0,1%, chegando a jogar para cima as taxas dos Treasuries. Depois, voltaram a ceder, dado que ainda segue o sentimento de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começará a cortar os juros em setembro.

Apesar do avanço do PPI, os investidores ainda repercutem o recuo do CPI, que reforçou que a inflação americana está sendo controlada. "O foco ainda está sendo o CPI. A inflação está desacelerando e indicando fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos", diz o sócio da One Investimentos.

Na avaliação de Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos, apesar de o resultado acima do previsto e de diferir da expectativa de continuidade da tendência de redução da inflação americana, não altera o cenário de corte dos juros. "Não muda as perspectivas para setembro", estima.

No Brasil, um ponto de atenção é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participa de evento em São Paulo nesta manhã. Ele comentou os resultados mais fortes do que o esperado das vendas do varejo - informadas na quinta - e do volume de serviços - divulgado nesta sexta-feira.

Conforme Haddad, os dados mostram que o Brasil está crescendo com inflação em desaceleração. "Estamos mudando a rota; está tendo uma revolução silenciosa do crédito", afirmou o ministro.

Em maio, houve estabilidade no volume de serviços ante abril. O resultado contrariou a estimativa mediana de queda de 0,7%.

Apesar da redução dos Treasuries nos EUA, os juros futuros e o dólar ante o real avançam de forma moderada, de forma a pesar em algumas ações mais sensíveis à atividade econômica no Ibovespa, em meio a eventuais pressões em relação a uma taxa Selic elevada por mais tempo do que o imaginado. O fiscal também segue no radar.

No evento em São Paulo, Haddad ainda afirmou que as medidas sugeridas pelo Senado para bancar a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia não compensam a renúncia. Ele explicou uma proposta da equipe econômica para elevar a alíquota de CSLL, de forma temporária.

"Nós propusemos uma alíquota condicionada. Se as medidas não forem suficientes, se a receita não compensar a desoneração, entra 0,25% ou 0,50% ou 0,75% de CSLL para todo o mundo. Você dilui em dois anos, é uma coisa temporária, diluída por toda a sociedade em dois anos, para compensar a cota patronal desses 17 setores", afirmou o ministro.

Haddad também disse que o compromisso do governo é manter a arrecadação e a carga tributária estáveis. Ele participa do 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, e respondeu sobre a trava de carga tributária incluída no texto da regulamentação da reforma tributária aprovado na Câmara.

A despeito desse sinal, Caldeira diz que a One Investimentos mantém ceticismo quanto ao compromisso fiscal do governo. "O mercado também está cético. O ano passado deu o benefício da dúvida, mas o que vimos até agora é que o governo tem mantido certos hábitos antigos, com viés mais gastador", afirma.

Às 11h13 desta sexta, o Ibovespa subia 0,34%, na máxima aos 128.733,28 pontos, ante recuo de 0,23%, com mínima aos 128.002,39 pontos. Vale (BVMF:VALE3) acelerava alta a 0,26%, na esteira do avanço de 0,30% do minério de ferro em Dalian, na China. Petrobras (BVMF:PETR4) subia entre 0,44% (PN) e 0,19% (ON). Já algumas ações ligadas ao consumo cediam, caso de MRV (BVMF:MRVE3) On (-1,93%), Cyrela (BVMF:CYRE3) ON (-1,98%) e Vamos ON (BVMF:VAMO3) (-1,49%).

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