Ibovespa cede 0,51% com avanço dos juros e interrompe sequência de 7 altas

Publicado 14.06.2023, 05:00
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O Ibovespa interrompeu a sequência de sete pregões de alta e encerrou a sessão desta terça-feira, 13, em queda de 0,51%, a 116.742,71 pontos, em um movimento de correção após os ganhos recentes. O avanço dos juros futuros levou a quedas das ações ligadas à economia local, enquanto os papéis da Petrobras (BVMF:PETR4), negociados "ex-dividendos" a partir de hoje, passaram por uma realização de lucros apesar do avanço dos preços de petróleo.

Esses fatores levaram a referência da B3 (BVMF:B3SA3) a ignorar o sinal positivo de Nova York, onde os pares avançaram até 0,83% (Nasdaq) à véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). Após dados de inflação em linha com o esperado nos EUA, a ferramenta de monitoramento do CME Group aponta mais de 90% de chance de manutenção dos juros na faixa de 5% a 5,25%, embora o mercado aposte em novo aperto em julho.

Diante dessa perspectiva, a curva dos Treasuries renovou máximas ao longo da sessão e puxou aumentos de 10 a 25 pontos-base nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). Esse movimento estimulou a queda do Ibovespa, liderada por segmentos sensíveis aos juros, como imobiliário (-2,76%), de consumo (-1,85%) e de small caps (-1,95%), que tiveram as maiores perdas do pregão.

"Sempre que vemos uma alta mais forte dos juros tem um movimento inverso nas ações, e isso é o que aconteceu hoje, além do movimento de realização de preços", afirma o sócio e analista da Finacap Investimentos Felipe Moura. "Como tivemos sete pregões consecutivos de alta, o que vimos hoje é mais uma realização dos lucros do que uma mudança fundamental."

Ações de empresas sensíveis à economia doméstica tiveram as maiores perdas da sessão, puxadas por CVC ON (BVMF:CVCB3) (-6,90%), Lojas Renner (BVMF:LREN3) ON (-5,78%), Méliuz ON (BVMF:CASH3) (-5,13%), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) ON (-5,05%) e Gol (BVMF:GOLL4) ON (-5,03%). A CVC e a Gol foram prejudicadas também pelo aumento em torno de 3,4% dos contratos futuros de petróleo, refletindo a expectativa por pacotes de estímulo econômico na China.

A alta da commodity, no entanto, não foi suficiente para amparar os papéis da Petrobras, que acabaram a sessão em queda de 0,28% (ON) a 0,55% (PN), já que passaram a ser negociados sem o pagamento de dividendos na sessão de hoje. O resultado ficou descolado de pares como Prio, cujas ações ordinárias avançaram de 3,62%, liderando os ganhos no pregão.

Também entre os destaques positivos, Vale ON (BVMF:VALE3) encerrou o dia com alta de 1,06%, refletindo o otimismo do mercado após o Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) ter anunciado um corte de 0,1 ponto porcentual na sua taxa de recompra reversa de sete dias, uma das taxas de juros do país. Essa medida reforçou a expectativa por uma redução das taxas de referência de empréstimos na próxima terça-feira, 20.

Além de Prio (BVMF:PRIO3), completam a lista das cinco maiores altas do dia Embraer (BVMF:EMBR3) ON (2,08%), as Units do Santander Brasil (BVMF:SANB11) (1,61%), Minerva (BVMF:BEEF3) ON (1,55%) e Marfrig (BVMF:MRFG3) ON (1,24%). Os papéis do Santander acabaram não reagindo à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contrária aos bancos na ação que discute a incidência de PIS e Cofins sobre receitas financeiras, apesar de analistas do mercado terem considerado que o banco é o mais exposto.

Apesar da queda do Ibovespa nesta sessão, Moura, da Finacap, diz que a perspectiva para a Bolsa brasileira ainda é positiva. "Esse acabou sendo um movimento mais técnico, mas o cenário se mantém, nós tivemos uma mudança na precificação do risco", afirma. Análise técnica do Itaú BBA mostra que o índice continua em direção aos 121,6 mil pontos no curto prazo, com suporte de 116,2 mil pontos pelo lado da baixa.

Pesquisa do Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) com 33 gestores de fundos latino-americanos mostrou melhora nas perspectivas para a Bolsa. A proporção dos entrevistados que espera ver o Ibovespa acima dos 120 mil pontos no fim deste ano saltou a 69% em junho, de 27% em maio. Ao todo, 33% esperam uma revisão para cima no lucro das empresas, contra 21% que preveem revisões baixistas - o maior e menor nível desde novembro de 2022.

Nesta sessão, o Ibovespa oscilou entre mínima de 116.363,43 pontos (-0,83%) e máxima de 117.924,06 pontos (0,50%). O giro financeiro atingiu R$ 28,0 bilhões.

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