Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa ensaiava uma melhora nesta quinta-feira, tendo renovado máximas da sessão com o apoio de blue chips como Itaú e Bradesco, mas o fôlego permanecia frágil em razão de preocupações com a cena fiscal e com a trajetória dos juros no país.
Por volta de 12h20, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,2%, a 129.496,65 pontos, tendo chegado a 129.593,27 pontos na máxima até o momento e a 128.798,26 pontos na mínima mais cedo.
O Ibovespa buscava uma trégua na pressão vendedora após cinco pregões de queda, período em que acumulou um declínio de 1,9%.
O volume financeiro no pregão somava 6,08 bilhões de reais.
Dados de inflação no Brasil mostraram que o IPCA-15 acelerou em outubro ante setembro um pouco mais do que o esperado, levando a taxa em 12 meses a se aproximar do teto da meta do Banco Central.
"Vemos um cenário inflacionário cada vez pior e sem previsão de melhora no cenário fiscal para ancorar as expectativas de inflação, o que poderia ajudar o país a ter juros mais baixos", afirmou o head da mesa de renda variável e sócio da A7 Capital, Andre Fernandes.
Em Wall Street, o S&P 500 avançava 0,2%, encontrando suporte na queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e no noticiário envolvendo a Tesla (NASDAQ:TSLA), que divulgou resultado acima do esperado e previsões positivas.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhava 0,57%, acompanhado por BRADESCO PN (BVMF:BBDC4), com elevação de 0,93%, SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11), com aumento de 0,56%, e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3), com acréscimo de 0,11%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) valorizava-se 0,45%, apesar da piora dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent recuava 0,85%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançava 0,3% antes da divulgação do resultado do terceiro trimestre, após o fechamento. Na Ásia, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado em Dalian, na China, fechou em queda de 0,26%, mas o vencimento de referência em Cingapura subia 0,29%.
- LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) tinha alta de 3,01%, após o conselho de administração de aprovar bonificação de acionistas na proporção de 1 nova ação para cada 10 papeis detidos pelos investidores. Analistas da XP (BVMF:XPBR31) também calculam que a ação deve entrar no índice MSCI na próxima revisão.
- IRB (BVMF:IRBR3)(RE) ON perdia 4,63%, em dia de ajustes após disparar mais de 12% na quarta-feira após reportar resultado de agosto com lucro líquido de 29 milhões de reais.
- GPA (BVMF:PCAR3) ON cedia 2,11%, enquanto CARREFOUR ON (BVMF:CRFB3) reduziu as perdas para 0,27% e ASSAÍ ON passou a subir 1,38%.
- HYPERA ON avançava 1,98%, revertendo as perdas da abertura, após o conselho de administração da farmacêutica rejeitar a proposta de aquisição de ações e de combinação de negócios feita pela EMS, controlada pelo grupo NC Farma, citando que a oferta "subestima significativamente o valor" da empresa.
- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) avançava 1,28%, recuperando-se após duas quedas seguidas. No começo da semana, a companhia divulgou dados sobre entregas no terceiro trimestre, que fizeram os papéis subirem mais de 4% na segunda-feira. Em 2024, as ações da fabricante de aviões acumulam um ganho ao redor de 120%.