Por Ana Carolina Siedschlag e Leandro Manzoni
Investing.com - O Ibovespa chegou a cair com força total nesta quarta-feira (3), seguindo os receios do mercado de uma piora substancial nas contas públicas com discussões no Senado Federal para tirar o Bolsa Família do cálculo do Teto de Gastos em 2021 e os lockdowns pelo país por conta da piora nos casos de Covid-19.
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No entanto, houve uma reversão do sentimento de aversão para um ensaio de otimismo após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), descartar a retirada do Programa Bolsa Família da regra do teto de gastos, para em seguida o principal índice acionário brasileiro operar estável com uma leve queda.
Perto das 17h03, o Ibovespa caía 0,03%, a 111.503 pontos, tendo recuado para baixo dos 108 mil e atingido a máxima de 112.398 pontos após posicionamento de Lira. O volume financeiro era de R$ 28,56 bilhões.
Antes da fala de Lira, os investidores estavam pessimistas com a discussão no Senado sobre a PEC Emergencial, que cria gatilhos para gastos no combate à pandemia, mas que agora podia excluir o maior benefício fiscal do país, na casa de R$ 34,9 bilhões, do limite de gastos do governo. Felipe Salto, da Instituição Fiscal Independente do Senado, escreveu no Twitter que a medida, se aprovada, é “o caminho da contabilidade criativa”, com risco de aproximar o déficit primário de R$ 300 bilhões em 2021.
Os papéis da Petrobras (SA:PETR4) também despencavam, com receios contínuos de que as recentes interferências do presidente Jair Bolsonaro no comando da petroleira possam continuar. Também não ajudaram as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, à rádio Jovem Pan ontem de que “do ponto de vista político”, Bolsonaro acertou ao indicar uma troca no comando da Petrobras há duas semanas para agradar a base eleitoral.
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Já os papéis do Banco do Brasil (SA:BBAS3) apresentavam alta de 0,45% a R$ 29,06, após atingir a mínima em R$ 28,01 com especulações com a saída de André Brandão da presidência da estatal. O jornal O Globo informa que Eduardo Dacache, atual presidente da Caixa Seguridade, deve ser o próximo a comandar a instituição, com aval do ministro da Economia, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e do presidente da Caixa Pedro Guimarães. O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, também é cotado para o cargo, segundo a imprensa.