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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, tomando fôlego na parte da tarde após decreto do presidente norte-americano, Donald Trump, excluir vários itens de uma tarifa comercial maior para produtos brasileiros, incluindo aeronaves e algumas peças, o que fez as ações da Embraer dispararem.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,95%, a 133.989,74 pontos, tendo chegado a 134.367,54 pontos no melhor momento, após marcar 131.882,74 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou R$22,6 bilhões, acima do giro registrado nos últimos pregões.
Trump assinou nesta quarta-feira um decreto implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da taxa para 50%, citando as políticas recentes do país com as quais o governo Trump não concorda. A medida, contudo, excluiu vários produtos de setores relevantes.
"Essas exceções trazem um fôlego para alguns setores... mas ainda temos um cenário de incerteza à frente", disse Pedro Moreira, analista na mesa de renda variável e sócio da One Investimentos, citando que ainda não se sabe como o Brasil responderá às medidas de Trump.
O decreto veio no momento em que os EUA anunciaram sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de autorizar prisões arbitrárias antes do julgamento e de suprimir a liberdade de expressão.
Moraes é relator do processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu acusado de tramar um golpe de Estado após perder a eleição presidencial de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trump vinculou a decisão envolvendo a tarifa de 50% ao que chamou de "caça às bruxas" contra Bolsonaro.
Investidores também repercutiram decisão do Federal Reserve de manter a taxa básica de juros norte-americana na faixa de 4,25% a 4,50% pela quinta reunião consecutiva, que teve a divergência de dois membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) e pouco indicou sobre quando a taxa pode ser reduzida.
Ainda nesta quarta-feira, o Banco Central no Brasil anuncia sua decisão de política monetária, com economistas estimando manutenção da Selic em 15% ao ano, máxima de quase duas décadas.
DESTAQUES
- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) saltou 10,93% após o decreto dos EUA aumentando tarifas comerciais para produtos do Brasil excluir aeronaves e algumas peças. A ação vinha sofrendo com tal perspectiva, dado que os EUA são o principal mercado da fabricante de aviões.
- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 1,79%, sendo um contrapeso negativo, em pregão de queda dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) cedeu 1,43% e CSN ON (BVMF:CSNA3) perdeu 0,87%, enquanto GERDAU PN (BVMF:GGBR4) avançou 1,62%. CSN e Gerdau divulgam balanços na quinta-feira.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) avançou 1,02%, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, com investidores também analisando dados de produção da companhia no segundo trimestre.
- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 1,62%, antes da divulgação do balanço, previsto para após o fechamento do mercado nesta quarta-feira. SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) fechou com elevação de 0,87%, distante da mínima, quando caiu mais de 3%, tendo de pano de fundo o balanço publicado antes da abertura.
- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) caiu 0,25% e ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 1,15%.
- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON subiu 0,64%, também ganhando fôlego após a publicação do decreto de Trump sobre as tarifas para o Brasil, que excluiu celulose da taxação mais elevada.
- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) avançou 5,16%, em pregão de ajustes após quatro quedas seguidas, período em que acumulou tombo de 10,5%. Na véspera, fechou em uma mínima desde março. O índice de consumo da B3 (BVMF:B3SA3) subiu 1%, com GPA (BVMF:PCAR3) ON e PETZ ON (BVMF:PETZ3) também na ponta positiva.