Ibovespa sobe e fecha na máxima desde outubro orbitando 131 mil pontos

Publicado 17.03.2025, 17:12
Atualizado 17.03.2025, 17:40
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta pelo quarto pregão seguido nesta segunda-feira, ultrapassando os 131 mil pontos no melhor momento e renovando máxima em quase cinco meses, em movimento guiado pelas blue chips Itaú, Petrobras e Vale.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 1,46%, a 130.833,96 pontos, tendo alcançado 131.313,48 pontos na máxima e 128.957,09 pontos na mínima do dia.

Foi o maior patamar de fechamento desde 28 de outubro do ano passado, quando o Ibovespa encerrou a 131.212,58 pontos.

O volume financeiro nesta segunda-feira somou R$23,1 bilhões.

As ações brasileiras vêm se beneficiando de uma rotação global de portfólios, com dados da B3 sobre a movimentação de estrangeiros na bolsa paulista mostrando entrada líquida de R$2,26 bilhões em março até o dia 13.

De acordo com os estrategistas Aline Cardoso e Guilherme Motta, do Santander no Brasil, dados de atividade econômica mais fracos recentemente no país também reforçaram a percepção de que o pico da Selic pode ser menor do que o esperado.

A equipe de macroeconomia do Santander vê a Selic chegando a 15,5% em junho, com queda para 14,5% até o fim do ano. Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,25%.

Nesta segunda-feira, a equipe de macroeconomia do Itaú, chefiada pelo ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, reduziu sua projeção para a Selic ao fim deste ano para 15,25%, de 15,75% antes, após cortar expectativa para a taxa de câmbio.

Estrategistas do Bank of America (NYSE:BAC) reiteraram "overweight" para as ações brasileiras em seu portfólio para a América Latina, citando o efeito do ritmo da atividade na inflação.

"Nos últimos três meses, a atividade está finalmente desacelerando, o que pode ancorar as expectativas de inflação e pavimentar o caminho para cortes (na Selic) mais cedo do que o mercado espera", afirmaram em relatório a clientes.

"No entanto, o caminho para juros mais baixos será acidentado, pois taxas altas ainda pressionam os fluxos e os lucros das empresas, e há espaço para deterioração fiscal antes das eleições de 2026", ponderaram.

Mais cedo, o Banco Central informou que o IBC-Br, considerado um sinalizador do PIB, cresceu 0,9% em janeiro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado, acima de expectativas no mercado (+0,2%).

Apesar da surpresa, economistas ainda veem a economia desacelerando nos próximos meses, sob efeito da política monetária restritiva.

A performance no pregão brasileiro nesta sessão também encontrou apoio na trajetória positiva em Wall Street, onde o S&P 500 fechou em alta de 0,64%, com investidores buscando pechinchas após quatro semanas consecutivas de queda.

 

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) valorizou-se 3%, com os bancos do Ibovespa mostrando desempenho robusto. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subiu 2,08%; BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) fechou em alta de 1,48% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) ganhou 2,25%. Ainda, BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT avançou 2,83%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) encerrou o pregão com elevação de 1,86%, beneficiada pelo avanço dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) ganhou 2,32%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,44%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na China. O Itaú BBA elevou o preço-alvo do ADR da mineradora de US$12 para US$13, enquanto reiterou recomendação "outperform"

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) avançou 5,63%, ampliando os ganhos da última sexta-feira, quando saltou mais de 13% após a divulgação do balanço. A alta dos papéis encontrou apoio no alívio das taxas dos contratos de DI. O índice do setor de consumo avançou 1,04%.

- SLC AGRÍCOLA ON recuou 3,92%, tendo no radar anúncio de aquisição de mais de 47 mil hectares totais de terra na Bahia e em Minas Gerais por R$913 milhões. Analistas do Bradesco BBI reiteraram recomendação neutra para as ações, citando "triggers" limitados no curto prazo.

- B3 ON (BVMF:B3SA3) fechou em queda de 3,5%, refletindo movimento de realização de lucros após três pregões de alta, quando saltou quase 24%. No setor, fontes afirmaram à Reuters que o Mubadala busca até 10 parceiros a fim de criar um consórcio para fornecer liquidez para a nova bolsa do Rio de Janeiro.

- NATURA&CO ON (BVMF:NTCO3) caiu 3,16%, mesmo após anunciar recompra de ações, na sequência de um tombo de 30% nos papéis na sexta-feira, uma vez que permanecem dúvidas sobre o ritmo do processo de "turnaround" da companhia e seus reflexos nos resultados da fabricante de cosméticos.

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