SÃO PAULO (Reuters) - A combinação de volatilidade e baixo giro financeiro prevaleceu na bolsa paulista nesta sexta-feira, uma vez que a espera por novidades em relação à reforma da Previdência tirou o apetite de investidores para montar operações mais firmes.
O Ibovespa, referência do mercado brasileiro, caiu 0,3%, a 93.627,80 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 4,04%, mesmo após três sessões seguidas de leve declínio. O giro financeiro somou 11,8 bilhões de reais.
A cena política doméstico seguiu no radar numa semana recheada de decisões no Congresso, que aumentaram a confiança dos investidores sobre o empenho dos parlamentares em avançar com as pautas em andamento, em especial a da reforma da Previdência.
"As notícias que temos já estão precificadas, o mercado está esperando por novidades sobre a reforma (da aposentadoria)", afirmou o estrategista-chefe da consultoria independente de investimento Levante, Rafael Bevilacqua.
Nesta sexta-feira, o secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que uma medida provisória para combater fraudes previdenciárias pode ser votada no Congresso Nacional na próxima semana e se declarou otimista com as chances de aprovação da reforma da Previdência.
No front externo, os principais índices de Wall Street tiveram alta após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prever um rápido final para a guerra comercial com a China, mesmo sem previsão para uma nova rodada de negociação. Trump disse ainda que as reclamações dos EUA contra a Huawei podem ser resolvidas dentro da estrutura de um acordo. Na segunda-feira, as bolsas de Nova York ficarão fechadas devido ao feriado Memorial Day.
DESTAQUES
- BRASKEM recuou 3,9%, tendo de pano de fundo receios de investidores de possível interrupção das negociações de venda da empresa para a LyondellBasell, após a companhia ser acusada por afundamentos de solo em Maceió devido às suas operações de mineração de sal-gema.
- SUZANO (SA:SUZB3) declinou 7,39%, liderando as perdas do Ibovespa, em seu menor valor de fechamento desde 12 de novembro.
- GOL (SA:GOLL4) subiu 5,16%, na quinta sessão seguida de ganhos, na semana em que o Senado aprovou a medida provisória que autoriza até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas. O texto vai à sanção presidencial.
- JBS (SA:JBSS3) avançou 4,27%, diante de perspectivas de maior demanda de carne pela China devido ao surto de febre suína africana naquele país. Na véspera, o Brasil enviou uma lista com 30 fábricas frigoríficas candidatas a exportar para a China. A expectativa é que a resposta saia em 30 dias, segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
- NATURA terminou em alta de 3,79%, recuperando terreno em relação à queda de 8,54% na sessão anterior, após o anunciar acordo para comprar a norte-americana Avon, criando o quarto maior grupo de beleza do mundo.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) avançou 0,97% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) valorizou-se 0,21%, acompanhando a alta dos preços do petróleo no exterior, na esteira de notícia de que o conselho de administração da estatal aprovou o modelo de venda adicional de sua participação na BR Distribuidora (SA:BRDT3). A ação da distribuidora perdeu 0,26%.
(Por Stéfani Inouye; Colaborou Aluísio Alves)