Ibovespa fecha quase estável após pregão morno com cautela sobre tarifas e fiscal

Publicado 17.07.2025, 17:49
Atualizado 17.07.2025, 17:50
© Reuters. Painel eletrônico na B3, em São Paulon06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com alta modesta nesta quinta-feira, operando lateralizado na maior parte do pregão, à medida que agentes financeiros seguem cautelosos diante do ambiente ainda contaminado por incertezas tarifárias e fiscais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,04%, a 135.564,74 pontos, oscilando em uma faixa estreita de 135.016,25 pontos na mínima e 135.792,48 pontos na máxima.

O volume financeiro somou R$17,93 bilhões.

O movimento na bolsa paulista foi modesto apesar da performance dos indíces acionários em Wall Street, onde o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em recordes na esteira de dados econômicos sólidos e resultados corporativos positivos.

"O humor para ações continua bom, principalmente nos EUA", avaliou Gilberto Nagai, superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos. No front local, contudo, investidores ainda se mostravam mais cautelosos em montar posições.

"O Ibovespa está ’flat’, com os setores de commodities, petróleo e mineração um pouco mais fracos, mas os setores ligados à atividade doméstica estão indo melhor", afirmou.

No radar, estava a expectativa pelo pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às 20h30, sobre a tarifa de 50% do presidente norte-americano, Donald Trump, contra o Brasil.

Em entrevista à CNN Internacional, Lula disse que "ainda não" vê uma crise do Brasil com os EUA por causa da nova taxação, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, por sua vez, disse ter certeza de que Lula conversará com Trump se houver circunstância -- argumentando que os dois líderes ainda não se encontraram por falta de oportunidade.

Também repercutiu a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de retomar parcialmente o decreto do IOF, assim como a aprovação no Senado, em primeiro turno, do texto-base da PEC com novas regras para pagamento de precatórios a partir de 2027 e a aprovação na Câmara de projeto de lei que permite usar até R$30 bilhões em recursos do Fundo Social do Pré-Sal para financiar dívidas de produtores rurais afetados por calamidades públicas.

"Isso traz certa cautela", disse Nagai. "Mas o mercado já tem em mente que tanto o Executivo quanto o Legislativo têm uma pré-disposição de aumentar os gastos, principalmente no período antes das eleições. O corte de gastos será trabalho do próximo presidente."

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caiu 1,01%, tendo como pano de fundo notícia da Bloomberg News de que a companhia considera retornar ao varejo de venda de combustíveis para limitar os preços nas bombas. No entanto, fontes disseram à Reuters que a Petrobras não tem planos de voltar a vender combustível no varejo, com uma delas observando que a estatal possui uma cláusula de não concorrência com a Vibra, sua antiga subsidiária, até 2029. VIBRA ENERGIA ON fechou em queda de 2,22%. Analistas da Ativa disseram enxergar a possível reentrada da Petrobras no varejo de combustíveis como negativa do ponto de vista alocativo e estratégico.

- VALE ON (BVMF:VALE3) recuou 0,18%, sem conseguir se segurar no azul, apesar da segunda sessão consecutiva de alta para os futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian avançou 1,81%, a 785,5 iuanes (US$109,39) a tonelada.

- GPA (BVMF:PCAR3) ON subiu 6,52%, em nova sessão de valorização para o papel, que já acumula avanço de 17% na semana, ainda reflexo da reação após o anúncio de aumento da participação de membros da família Coelho Diniz, dona da rede de supermercados de mesmo nome, na varejista -- para quase 18%.

- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) apurou queda de 1,54%, devolvendo ganhos do início da sessão, depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou potencial transação envolvendo as ações de emissão da NSP Investimentos, holding da Novonor, que detém participação controladora na Braskem.

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) cedeu 9,21%, à medida que se aproxima o prazo, de sexta-feira, para a companhia aérea prestar esclarecimentos ao Cade sobre seu acordo de compartilhamento de voos com a Gol (BVMF:GOLL54), iniciado em meados do ano passado.

- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) fechou negociada em baixa de 0,67%, com o setor bancário em dia misto. ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 1,51%, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdeu 0,19% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) teve acréscimo de 1,81%.

- HYPERA ON perdeu 4,43%, mais que retornando os ganhos da véspera, quando encerrou com elevação de 2,83%. Apesar do fechamento no dia, a ação ainda acumula valorização de mais de 50% no ano até agora.

- WEG ON (BVMF:WEGE3) apurou alta de 2,36%, com analistas do Itaú BBA apontando em relatório que os resultados favoráveis reportados pela concorrente suíça ABB (ST:ABB) podem ser um indicador positivo para os números do segundo trimestre da Weg. "Estamos confiantes de que a Weg vai reacelerar seu impulso de ganhos no futuro, apoiando assim nossa visão positiva de longo prazo sobre a ação", afirmaram. O Itaú BBA tem classificação "outperform" e preço-alvo de R$65 para o papel da companhia. Após o fechamento, a Weg também anunciou acordo para aquisição de parcela remanescente na PPI-Multitask.

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