Ibovespa fecha quase estável com noticiário corporativo cheio na véspera de decisões de juros

Publicado 06.05.2025, 17:04
Atualizado 06.05.2025, 17:45
© Reuters. Painel de cotações na B3, em São Paulon19/10/2021nREUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta terça-feira, em dia marcado por noticiário corporativo intenso, com empresas como GPA (BVMF:PCAR3), Brava Energia (BVMF:BRAV3), BB Seguridade, Embraer e TIM (BVMF:TIMS3) sob os holofotes, e expectativas para o desfecho, na quarta-feira, de decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,02%, a 133.515,82 pontos, tendo marcado 133.260,24 pontos na mínima e 134.135,29 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou R$22,1 bilhões.

Nos EUA, não há previsão de mudança na taxa de juros pelo Federal Reserve, na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro, o que significa que as atenções devem se concentrar no comunicado que será divulgado às 15h (horário de Brasília) e na coletiva de imprensa do chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, às 15h30.

"É evidente que o Federal Reserve vai querer esperar para ver como as tarifas (comerciais anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump) afetam o crescimento e a inflação antes de tomar sua próxima decisão", afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank.

"Portanto, a reunião de política monetária desta semana não deve trazer nenhuma alteração nas taxas", acrescentou, em relatório enviado a clientes.

Ela destacou, contudo, que a coletiva de imprensa pós-decisão de Powell será fundamental para avaliar se o Fed se inclina para cortes em junho devido a ventos contrários na economia ou se opta por aguardar por esclarecimentos sobre tarifas e inflação.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 0,77%.

"Os mercados estão ansiosos, esperando os resultados das decisões de política monetária", afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos, acrescentando que, nos EUA, o ambiente está "um pouquinho mais tenso", dada a incerteza envolvendo os reflexos da nova política comercial do país.

Comentários de Trump e do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, forneceram pouca clareza sobre o cronograma para quaisquer acordos comerciais, enquanto uma reunião de Trump com o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, não produziu resultados imediatos.

Os comentários de Trump foram em outra direção das declarações anteriores de Bessent, que disse que o governo poderia anunciar alguns acordos comerciais já nesta semana.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia decisão sobre a Selic após o fechamento do mercado, com a maioria de economistas consultados pela Reuters estimando alta de 0,50 ponto na taxa básica de juros, para 14,75% ao ano -- que, se confirmada, será a mais alta em quase 20 anos.

 

DESTAQUES

- GPA ON desabou 20,21%, em meio ao balanço do primeiro trimestre, com melhora no resultado operacional, mas novo prejuízo líquido e fluxo de caixa negativo. A dívida líquida/Ebitda ficou em 2,8 vezes. A companhia também elegeu na véspera novos conselheiros nomeados pelo empresário Nelson Tanure e pelo investidor Rafael Ferri, e divulgou que este último reduziu sua participação na varejista de alimentos.

- TIM BRASIL ON valorizou-se 6,77%, após divulgar lucro líquido ajustado de R$810 milhões no primeiro trimestre, salto de 56% sobre o resultado de um ano antes, com altas na receita e no desempenho operacional. A receita líquida cresceu cerca de 5%, para R$6,4 bilhões. O conselho de administração do grupo de telecomunicações também aprovou R$300 milhões em juros sobre capital próprio aos acionistas.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 1,65%, encontrando suporte na alta do petróleo no exterior para recuperar parte das perdas da véspera, quando fechou com declínio de 3,73%, em uma mínima desde março do ano passado. Na segunda-feira, a Petrobras anunciou novo corte no preço médio de venda de diesel para as distribuidoras, o terceiro desde abril, em 4,7%, para R$3,27 por litro, menor patamar nominal desde agosto de 2023. No exterior, o barril de Brent encerrou com acréscimo 3,19%.

- BRAVA ENERGIA ON fechou em alta de 6,74%, em dia positivo para o setor como um todo com a alta do petróleo no exterior, tendo ainda no radar dados preliminares da produção de abril. A companhia atingiu recorde de produção com uma média de 81,8 kboe/d no período. "Este resultado reflete a evolução da operação offshore, com a melhor produção mensal desde dezembro de 2023 em Papa-Terra e os resultados preliminares dos poços 4H & 5H, a partir de 13 de abril, em Atlanta", afirmou a empresa.

- BB SEGURIDADE ON (BVMF:BBSE3) caiu 7,44%, após lucro líquido ajustado de R$1,99 bilhão no primeiro trimestre, expansão de 8,3% ano a ano, mas abaixo de previsões de analistas. Os prêmios emitidos pela Brasilseg recuaram 5,9%, ficando bem longe da expectativa de crescimento de 2% a 7% em 2025. O desempenho de reservas de previdência da Brasilprev (+8,7%) também ficou aquém das estimativas para o ano, de expansão de 12% a 16%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) terminou com acréscimo de 0,08%, tendo como pano de fundo o fechamento estável dos contratos futuros do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, com os investidores avaliando as esperanças de alívio das tensões comerciais entre Pequim e Washington de um lado e a divulgação de dados econômicos desfavoráveis da China de outro.

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) recuou 0,45%, tendo no horizonte o balanço do primeiro trimestre, que será conhecido na quarta-feira, após o fechamento do mercado. ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4), que reporta seu resultado na quinta-feira, também no final o dia, cedeu 0,52%. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) terminou negociado com decréscimo de 0,76%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) caiu 0,87%.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subiu 0,8%, apesar do prejuízo líquido ajustado de R$428,5 milhões no primeiro trimestre, acima do resultado negativo de R$63,5 milhões sofrido no mesmo período do ano anterior. O Ebitda somou R$620,6 milhões entre janeiro e o final de março, acima dos R$233,6 milhões de um ano atrás, enquanto a margem no período passou de 5,3% para 9,7%. A companhia reiterou suas previsões de entregas de aviões em 2025.

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