Investing.com - Os operadores do mercado ficam hoje na expectativa por bastidores antes do início da primeira sessão da retomada do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, marcada para as 19h. A imprensa pela manhã indicou que o governo poderá se sair vitorioso com manobras para adiar a análise ou, até mesmo, ganhar no voto a absolvição.
O Ibovespa Futuro opera com perdas de 0,3% com a tensão política interna e sem ajuda do exterior, com queda nas commodities e nas bolsas internacionais por aversão ao risco. Ontem o Ibovespa recuou 0,1% aos 62.450 pontos.
A chapa Dilma-Temer começa hoje a ser julgada no TSE por financiamento ilegal na campanha de 2014 e não há uma tendência clara do resultado após a delação da JBS (SA:JBSS3) enfraquecer o governo. Apesar de os novos fatos mostrados pelos executivos da empresa serem do conhecimento de todos, eles não fazem parte do processo, que é composto de informações até a delação da Odebrecht.
Temer segue sob pressão fora do TSE com as 84 perguntas enviadas pela Polícia Federal que deverão ser respondidas hoje sobre a investigação no caso da JBS, que prendeu o ex-deputado Rocha Loures. No radar do presidente há o risco do procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, apresentar denúncia no STF.
Pela manhã, a PF prendeu Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro de Turismo de Dilma, em investigação sobre pagamento de propina na construção do estádio Arena das Dunas no Rio Grande do Norte. Alves é um político com grande proximidade de Temer.
Ainda na política, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado deverá votar hoje a reforma trabalhista e a expectativa é de aprovação.
O Banco Central divulgou a ata da reunião do Copom da semana passada, que mostrou mais claramente a opção de reduzir o ritmo do corte de juros na próxima reunião devido às incertezas em relação às reformas.
Mercado internacional em baixa
No cenário internacional, o clima é majoritariamente negativo em movimento de aversão ao risco antes de eventos previstos para esta semana, incluindo o depoimento de James Comey, ex-diretor do FBI, em uma comissão do Senado, as eleições gerais do Reino Unido e a reunião do Banco Central Europeu.
Em Wall Street, o blue chip futuros do Dow apontava para uma abertura com redução de 45 pontos, ou cerca de 0,2%, os futuros do S&P 500 caíam 6 pontos (-0,2%), enquanto o índice futuro de tecnologia Nasdaq 100 recuava 5 pontos (-0,2%).
Commodities mistas
O petróleo cedeu após acumular ganhos pela manhã devido a preocupações com a ruptura diplomática entre o Catar e vários países árabes, incluindo a Arábia Saudita, que pode comprometer os esforços da Opep em restringir o mercado. Nos EUA, o WTI perde 0,2% para US$ 47,35 o barril, enquanto o Brent cede 0,25% para US$ 49,30 o barril.
Os contratos futuros do minério de ferro cederam 1% e e fecharam negociados a 432 iuanes a tonelada, na bolsa de Dalian. Para a entrega spot no porto de Qingdao, a commodity registrou leve ganho de 0,2% e encerrou a sessão a US$ 56,03 a tonelada.
Mundo corporativo
A Minerva (SA:BEEF3) pagará US$ 300 milhões pelas operações das subsidiárias da JBS no Paraguai, Argentina e Uruguai, na primeira grande venda da empresa após a delação premiada.
A Embraer (SA:EMBR3) concorre para fornecer 14 aeronaves para a AirBaltic, em disputa com a Bombardier.
A Azul (SA:AZUL4) teve cobertura iniciada pelo Santander (SA:SANB11), com recomendação de ‘compra’.
A BR Malls (SA:BRML3) foi elevada para ‘overweight’ pelo Morgan Stanley (NYSE:MS). A empresa negou fusão com a Aliansce.
A Eletrobras (SA:ELET3) conseguiu negociar a venda de linhas de transmissão sob controle da Eletrosul para a chinesa Shanghai Electric Power, parte do programa de desinvestimento da estatal.