MDNE3: Moura Dubeux bate consenso de receita e lucro no 2T25; rali continua?
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira em dia de ajuste após registrar uma máxima em cerca de um mês na véspera, com ações de varejo entre os destaques negativos na sessão após dados fracos no setor, enquanto MRV&Co avançou bem após uma sinalização positiva sobre margens e guidance para 2025.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,89%, a 136.687,32 pontos, tendo marcado 136.534,63 pontos na mínima e 137.912,9 pontos na máxima. Na véspera, chegou a superar os 138 mil pontos no melhor momento.
O volume financeiro no pregão somou R$38,1 bilhões, em sessão também marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e de contrato futuro do índice.
De acordo com o IBGE, as vendas no varejo brasileiro recuaram 0,1% em junho na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de incremento de 0,7% e após quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril. Ante o mesmo mês de 2024, houve alta de 0,3%, contra expectativa de avanço de 2,4%.
De acordo com o economista Bruno Martins, do BTG Pactual, os números mostram uma forte contração nos segmentos cíclicos de comércio, refletindo condições de crédito mais apertadas.
"Os dados confirmam nossa visão de uma desaceleração acentuada da atividade econômica já no segundo trimestre de 2025, adicionando um risco de baixa à nossa projeção de crescimento do PIB, de apenas 0,2% na comparação trimestral, com ajuste sazonal", acrescentou.
O noticiário local também contou com o anúncio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um plano de ações para apoiar setores afetados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que inclui R$30 bilhões em crédito.
No exterior, o sinal positivo prevaleceu em Wall Street, onde o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, encerrou com acréscimo de 0,32%, em uma nova máxima de fechamento, refletindo apostas de que o Federal Reserve está perto um ciclo de afrouxamento monetário.
DESTAQUES
- CVC BRASIL ON desabou 10,78% em meio à análise do balanço do segundo trimestre, que mostrou prejuízo líquido ajustado de R$15,9 milhões. O Ebitda ajustado somou R$92,3 milhões. A analistas, o CEO estimou um impacto maior da falta de oferta de navios de cruzeiros no segundo semestre, mas um cenário aéreo mais favorável.
- GPA ON despencou 10,56%, tendo também como pano de fundo renúncia de Fréderic Garcia ao cargo de diretor de Negócios, responsável pela operação do formato de proximidade e de negócios especializados. Após transição, Geraldo Monteiro, diretor de Operações, hoje responsável pelas operações das bandeiras Pão de Açúcar e Extra Mercado, assumirá a função.
- PETZ ON perdeu 5,91%, em dia bastante negativo para o setor de varejo como um todo, após números do IBGE mais fracos do que as expectativas sobre as vendas no comércio no país. ASSAÍ ON fechou em em queda de 4,98% e MAGAZINE LUIZA ON caiu 4,27%, também na ponta negativa.
- MRV&CO ON avançou 6,63%, mesmo após divulgar prejuízo líquido ajustado de R$774,7 milhões no segundo trimestre, pressionado pela subsidiária norte-americana Resia. Analistas chamaram a atenção para uma visão otimista da construtora para 2025 na teleconferência sobre o balanço. Na mínima, nos primeiros negócios, os papéis caíram quase 5%.
- VALE ON fechou com variação negativa de 0,38%, tendo como pano de fundo a estabilidade do preço do contrato de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, que fechou a sessão desta quarta-feira em 795 iuanes (US$110,79) a tonelada.
- PETROBRAS PN caiu 0,75%, em meio à fraqueza do petróleo no exterior, onde o barril do Brent cedeu 0,74%. Analistas do Citi reiteraram recomendação neutra para a ação, avaliando que pode ser uma boa opção de ’carry’ entre as ações brasileiras, devido ao "anúncio resiliente de dividendos", enquanto veem negativamente o aumento de capex no ano.
- BANCO DO BRASIL ON mostrou acréscimo de 0,21%, descolada do viés negativo dos bancos no Ibovespa, tendo no radar o balanço do segundo trimestre previsto para quinta-feira, após o fechamento do mercado. Além do desempenho do período, também potenciais novidades relacionadas ao guidance do ano estão no radar após suspensão de algumas previsões.