Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira, refletindo alguma cautela na abertura de uma semana marcada por decisões de política monetária nos Estados Unidos e Brasil, enquanto a temporada de balanços de empresas da B3 (BVMF:B3SA3) ganha fôlego, com nomes como WEG (BVMF:WEGE3), Gerdau (BVMF:GGBR4), Ambev (BVMF:ABEV3), CCR (BVMF:CCRO3), Telefônica Brasil (BVMF:VIVT3), TIM (BVMF:TIMS3) e outras.
Por volta de 11h35, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,48%, a 126.881,53 pontos. O recuo vem após uma alta de mais de 1% na última sexta-feira. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.
De acordo com analistas do Itaú BBA, no relatório Diário do Grafista, o Ibovespa marcou mínima da semana passada próximo ao suporte dos 125.400 pontos, região alvo no processo de realização de lucros. No mês até esta segunda-feira, o índice mostra alta de mais de 2%.
"Pensando em curto prazo, o forte fluxo comprador observado na sexta-feira pode fazer com que o bom humor volte para os mercados, com alvo na retomada da tendência de alta ficando para a região entre 130.000 e 131.700 pontos", afirmaram.
"Caso os preços superem essa barreira, a alta poderá se estender até 134.400 pontos – máxima histórica. No lado da baixa, se o índice Bovespa negociar abaixo do patamar de 125.400 pontos, voltará para a realização de lucros, com objetivo de curto prazo nos 123.300 pontos."
Nesta semana, o Federal Reserve e Banco Central brasileiro anunciam decisões de juros na quarta-feira, com expectativa de manutenção das respectivas taxas, o que deve direcionar o foco das atenções para os comunicados que acompanham o desfechos das reuniões que começam na terça-feira.
"As decisões sobre política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, na próxima quarta feira, deverão dominar o cenário econômico nesta semana", reforçou o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.
No caso dos EUA, ele observa que a expectativa majoritária dos investidores é que, diante da ainda que lenta desaceleração da taxa de inflação neste trimestre, o chair do Fed poderá dar sinais mais concretos de que o início do processo de queda da taxa de juros poderá se dar na reunião de setembro.
Quanto ao comunicado do BC brasileiro, ele avalia que o comunicado que se segue à reunião deverá indicar que aumentou a probabilidade de que a meta para a inflação em 2025 poderá não ser atingida, o que significa que o risco de aumento da taxa de juros aumentou no horizonte relevante.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 1,59%, com agentes financeiros ainda repercutindo entrevista com a diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia dos Anjos, publicada pela Reuters perto do fechamento da sexta-feira, informando que a companhia fez uma oferta não vinculante para comprar a operação e uma fatia do bloco exploratório de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia. No exterior, o barril de petróleo Brent mostrava um decréscimo de 0,43%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) cedia 0,21%, em dia de desempenho misto dos futuros do minério de ferro, com o contrato mais negociado em Dalian, na China, encerrando praticamente estável, mas o vencimento de referência em Cingapura recuando.
- USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) perdia 5,37%, ampliando as perdas da última sessão, quando despencou 23,55% após o resultado trimestral e sinalizações sobre o desempenho à frente que desencadearam preocupações de investidores sobre pressão de custos. O Citi cortou o preço-alvo das ações de 8,75 para 7 reais e manteve a recomendação "neutra" para os papéis. Ainda assim os analistas afirmaram esperar melhora no resultado do segundo semestre com base em preços mais elevados de aço.
- GPA (BVMF:PCAR3) ON caía 2,45%, ampliando a correção negativa desde meados do mês em dia negativo no setor, enquanto também permanecem dúvidas sobre o destino da fatia do francês Casino na rede de varejo alimentar brasileira. No setor, CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) perdia 2,07% e ASSAÍ ON era negociada em baixa de 2,54%.
- 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) avançava 2,73%, experimentando um alívio após quatro quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 5,59%, enquanto agentes financeiros aguardam o balanço previsto para a terça-feira. A companhia finaliza nesta semana a incorporação da Enauta (BVMF:ENAT3), com a B3 já tendo enviado comunicado sobre ajustes nos índices de ações a partir de quinta-feira em razão do evento. Ainda no setor, PRIO ON (BVMF:PRIO3) 0,17% e PETRORECONCAVO ON 1,76%.
- KLABIN UNIT (BVMF:KLBN11) valorizava-se 0,9%, tendo no radar a divulgação do balanço do segundo trimestre na terça-feira. Em relatório, analistas da Genial Investimentos elevaram a recomendação dos papéis para "compra", com manutenção do preço-alvo em 27 reais, citando entre os argumentos expectativa de bons resultados, tanto para o trimestre quanto para o segundo semestre do ano. No setor, SUZANO (BVMF:SUZB3) ON cedia 0,08%.
- ISA CTEEP (BVMF:TRPL4) PN subia 0,32%, após a transmissora de energia divulgar que obteve licenças ambientais para avançar com o projeto Piraquê, que aumentará a capacidade de escoamento da energia renovável na região norte de Minas Gerais. A companhia também reporta balanço nesta semana, na quinta-feira.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) tinha elevação de 0,32%, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedia 0,64%.